Tendo em vista que a análise fílmica não
é um fim em si – é uma prática que procede de um pedido, o qual está situado em
um contexto (institucional). Porém, esse contexto é variável, e disso resultam
demandas igualmente variáveis. A definição do contexto é fundamental para o
enquadramento da análise.
Dessa forma, a obra pretende transmitir
alguns princípios, instrumentos, condutas válidas em todos os contextos, a
partir do momento em que se parte de um objeto-filme para analisá-lo, ou seja,
para desmontá-lo e reconstruí-lo de acordo com uma ou várias opções a serem
precisadas.
Está explícito o esforço por compreender
exatamente os elementos expostos para o desenvolvimento da análise fílmica.
Primeiramente, propõe alguns pontos de reflexão geral relativos à história das
formas cinematográficas, as ferramentas da narratologia e os problemas da
interpretação. Em seguida, propõe análises do plano isolado ao filme inteiro.
Na segunda parte são apresentadas
análises práticas – que não são exemplos, visto que se apresentam parciais,
incompletas, e poderiam ser reduzidas, prolongadas ou reenquadradas. Apenas
servem para completar as reflexões da primeira parte, operando o encontro entre
princípios gerais e o material fílmico real. Filmes de Grifith, Hitchcock,
Truffaut, Angelopoulos e Jarmush, entre outros, compõem o elenco das obras
apresentado pelos autores para estimular o desenvolvimento da capacidade
analítica (e crítica) em cinema.
Não existe receita para
se compor uma análise ou regras rígidas a serem seguidas. Qualquer análise tem
uma finalidade – publicação na imprensa, expressão da opinião pessoal ou
trabalho universitário – e tem por base uma visão sócio-histórica do enredo e
do tema apresentados.
O comentador se
tornaria, ao mesmo tempo, um “criador”. Seu talento se revela através da arte
de manipular o objeto de análise, de associar seus elementos, de saber
interpretá-los, mas igualmente, e sobretudo, na arte de formular seu comentário
e fazê-lo “viver”.
No que se refere à
análise, apresentam-se as questões: O que a conduz, em que contexto e com que
objetivo? Como, por quem o eixo de análise será determinado? Pela demanda? Pelo
próprio analista? De acordo com seus interesses, suas obsessões? Esse eixo é
pertinente ao objeto?
Afinal, não é
necessário ‘gostar’ de um filme para analisá-lo bem – alguns sugerem que isso
seria até um obstáculo. Trata-se da atitude de quem gosta de ‘analisar’, isto
é, compreender seu objeto, e como ele compreende.
erando o encontro entre
princípios gerais e o material fílmico real. Filmes de Grifith, Hitchcock,
Truffaut, Angelopoulos e Jarmush, entre outros, compõem o elenco das obras
apresentado pelos autores para estimular o desenvolvimento da capacidade
analítica (e crítica) em cinema.
Vanoye, Francis & Goliot-Lété, Anne - Ensaio sobre a análise fílmica - Papirus - São Paulo, 7ª edição, 2011 - 143 páginas.
O fichamento do livro está disponível em meu perfil no ISSUU (links).
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