domingo, 24 de julho de 2011

Os Césares


A soberba potência da Roma Antiga

“Sempre me interessou saber que Júlio César tinha olhos negros e vivos, e que, sofrendo de calvície, puxava seus cabelos para a frente do crânio e trazia sempre em redor da cabeça os louros ou a coroa de ouro”. A frase é de Ivar Lissner, e com ela o autor abre as portas do passado, numa obra minuciosa sobre a vida dos césares romanos. Ainda no texto de introdução Lissner já chamava a atenção para a verdadeira aparência física de Cleópatra quando escreveu: “... não era o que se costuma chamar uma beldade...”. Isso muito antes de ser encontrada no norte da Inglaterra, em 2007, uma moeda do ano de 32 a.C. com a figura da rainha, revelando uma mulher de testa estreita, queixo pontudo, nariz adunco* - padrões fora de compasso com nosso conceito atual de beleza.
O livro, com texto fluente e recheado de imagens, nos transporta em uma viagem através de 400 anos de história romana, dos tiranos invejosos Mário e Sila ao primeiro imperador cristão, Constantino, o Grande. Desfilam aqui dramas, conquistas, virtudes, grandezas e depravações, conspirações e tramas ardilosas. Os pensadores e gênios não foram esquecidos. Entre eles, Cícero, Sêneca e Petrônio, o ‘árbitro da elegância’ são retratados com o mesmo respeito e valor histórico de seus contemporâneos imperadores. Ivar Lissner consultou à exaustão historiadores da Antiguidade e reconstituiu cada personagem, com o intuito de que aparecessem muito ‘vivos’ aos seus leitores. Boa pedida para quem gosta de História e quer ir além do conteúdo escolar.
A edição de ‘Os césares (apogeu e loucura)’ é o volume 29 da coleção ‘Descoberta do mundo’, publicada pela editora Itatiaia. Título original em alemão: Die casaren (macht und wahn), 500 páginas.
*Fonte: O Globo online, 14/02/2007

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Era do Espírito


"Espíritas, amai-vos e instruí-vos"
No século XIX, o fenômeno das mesas girantes agitou a Europa. Alvo de curiosidade nos saraus parisienses motivava reportagens na imprensa da época. As mesas se moviam e respondiam a questões mediante batidas no chão (tiptologia). Essas manifestações chamaram a atenção do professor Hyppolyte León Denizard Rivail.  Educador, autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica, o professor Rivail não aceitou imediatamente a fenomenologia das mesas girantes, mas a estudou com atenção e observou que havia uma força inteligente que as movia. Então, passou a investigar a natureza dessa força, que se identificou como ‘Espíritos dos homens’ que haviam morrido. Rivail analisou as respostas, comparou-as e submeteu-as ao crivo da razão. Os dados foram anotados e ordenados – por isso as obras para o espiritismo receberam a denominação de ‘Codificação’.

Os autores da doutrina espírita são os Espíritos superiores. Assim que o professor Rivail percebeu que as informações formavam um conjunto de proporções doutrinárias, decidiu publicar um livro, e no dia 18 de abril de 1.857 nasceu, em Paris, o ‘Livro dos Espíritos’. Em sua primeira edição, o volume continha 501 questões. Posteriormente, em 1.860, foi lançada a segunda edição com 1.019 questões, além das anotações de Rivail. Resistindo a um século e meio de evolução cultural, filosófica, científica e tecnológica, o ‘Livro dos Espíritos’ continua sendo uma completa síntese de informações contemporâneas, oferecendo subsídios de alto significado aos seus pesquisadores.

Para diferenciar a obra espírita da produção pedagógica, o educador adotou o pseudônimo de Allan Kardec. E sua missão estava apenas no início. Em janeiro de 1.858 Kardec lançou a ‘Revue Spirite’ (‘Revista Espírita’) e, em abril do mesmo ano fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – o primeiro centro espírita do mundo. O Codificador do Espiritismo (como ficou conhecido) publicou ainda outros quatro livros: ‘O que é o Espiritismo’ (1.859), ‘O livro dos médiuns’ (1.861), ‘O Evangelho segundo o Espiritismo’ (1.864), ‘O céu e o inferno’ (1.865) e ‘A gênese’ (1.868), completando assim os cinco livros da Codificação.

Kardec situou toda a sua pesquisa em bases experimentais, com o intuito de estabelecer a veracidade dos fatos e submeter ao controle da razão os ensinos coletados pelos Espíritos, pois verificou entre eles divergências de opiniões, atribuídas aos diferentes estágios evolutivos das entidades comunicantes. Utilizando-se da mediunidade o Codificador demonstrou à sociedade a sobrevivência do Espírito ao desencarne, e as várias experiências reencarnatórias como fator fundamental para o processo evolutivo ao qual está destinado. O mestre de Lyon nos proporcionou a visão otimista em torno da jornada terrestre, assinalando que a responsabilidade pelo progresso ou o estacionamento na via do crescimento intelecto-moral é de cada um. Desfez a mitologia a respeito dos eternos castigos e penas, assim como das indulgências e benesses celestes concedidas a passe de mágica. O Pentateuco kardequiano traz em seu conteúdo o conhecimento universal vinculado as mais diversas ciências humanas. O trabalho de Kardec nos mostra que a doutrina espírita, na condição de Consolador prometido por Jesus, veio esclarecer ao Homem que a vida não termina com a morte do corpo, que ele é um Espírito imortal que já teve inúmeras encarnações nas quais desenvolveu progressos morais e intelectuais, e que a comunicação com o plano espiritual é um fato.

O Espiritismo possui um roteiro de vida que assegura paz duradoura através da vivência do Evangelho do Cristo. Emmanuel, orientador espiritual de Chico Xavier, em seu texto ‘O mestre e o apóstolo’, deixa explícita a admiração ao Codificador quando diz: “Luminosa a coerência entre o Cristo e o apóstolo que Lhe restaurou a palavra. Jesus, a porta. Kardec, a chave”.

Em 1.890, cerca de vinte anos após o desenlace de Kardec, seus amigos reuniram textos e anotações inéditos e publicaram ‘Obras póstumas’, que contém importantes registros acerca de pontos doutrinários e fundamentação do Espiritismo. Aqui, a biografia do mestre lionês é intercalada com o surgimento do Espiritismo, um precioso legado às sociedades espíritas do futuro.

"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, esta é a lei"

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A liberdade começa aos 40



Os bancos universitários estão ocupados por gente madura. Muitos profissionais têm buscado mudar de carreira. Os motivos: o desejo de sair da rotina, a necessidade de explorar novas atividades ou simplesmente a chance de realizar um sonho.
A presença de quarentões nas salas de aula das faculdades é cada dia maior. O crescente envelhecimento da população ativa do Brasil é um dos principais sintomas. Outro fator relevante é a exigência de uma qualificação continuada aliada à experiência do trabalhador que está no mercado profissional. Há mais motivadores de mudanças. O ser humano é essencialmente um colecionador de experiências, e nele existe o temor de que a vida passe sem que tenha aproveitado ao máximo todas as possibilidades, inclusive em seu trabalho. Dessa forma, a insatisfação com o atual emprego, o dia-a-dia que se tornou extremamente maçante ou a simples vontade de aprender algo novo, tem levado muitos profissionais de meia-idade a buscarem uma segunda ou terceira graduação.
Há pouco tempo atrás, o trabalhador de faixa etária madura já começava a orientar seus passos pensando na aposentadoria. Alguns enxergavam essa possibilidade com pavor, afinal, ela representava decadência, improdutividade e indiferença social. Hoje não é assim. Estamos vivendo mais, e de forma saudável. Além disso, se considerarmos em termos estatísticos, uma pessoa com quarenta e poucos anos ainda tem pela frente um período de tempo igual ao que já trabalhou até então. Diante dessa perspectiva, a atitude de dar uma guinada na carreira ou investir em mais conhecimento na área em que atua é um fator positivo.

O terreno está fértil. Há mais empregos em diferentes áreas do conhecimento e os empregadores não se restringem à sua região geográfica. O conservadorismo está desaparecendo do mundo corporativo e as empresas valorizam a diversidade de formação e a experiência do candidato a uma vaga.
A internet, com as redes sociais e páginas das empresas, mostra um amplo panorama do mercado de trabalho e viabiliza a interação com profissionais de diferentes segmentos. Cursos e eventos também são boas fontes de informação. Mesmo que haja talento para a nova atividade, a demanda de mercado deve ser estudada, e as etapas para a alteração de rota definidas com cuidado.

Para que a transição de carreira seja eficaz é fundamental investir no autoconhecimento. Saber o que é bom para si, quais as verdadeiras razões para mudar, e o que gosta de fazer. É necessário estar seguro da decisão – mesmo porque, a essa altura da vida, não há tempo a perder com escolhas equivocadas. Um erro comum é confundir emprego com carreira e abandonar os dois de forma precipitada por causa de um atrito com o chefe ou de uma insatisfação momentânea.  Embora o cenário atual esteja favorável para que os quarentões experimentem novos rumos na profissão, é significativo o número de pessoas que só embarcam em um novo projeto de trabalho quando são demitidas. Arriscar uma mudança radical no momento da demissão pode ser comparado a uma decisão de campeonato nos minutos finais do segundo tempo. Consultores em recolocação profissional afirmam que o melhor momento de tomar uma decisão dessa importância é quando se está no auge, ganhando bem e empregado, pois quem está por baixo não tem opções e costuma mudar pelas razões erradas. Analisar com cuidado as habilidades e o estilo de vida, e se esses fatores estão em sintonia com a opção em mente, são detalhes a se observar. Uma nova (e eficiente) rede de contatos é importante. Muitas vezes, a nova área possui valores e cultura próprios, que levam um longo tempo para ser assimilados.
Pesquisas apontam que as pessoas com maior desejo de romper com a atual vida profissional têm entre 40 e 50 anos. Ainda que haja dificuldades para encontrar emprego nesta fase da vida, há nichos de mercado onde a turma com mais tempo de batente tem chances de se dar bem, como consultorias, serviços de advocacia ou dar aulas em universidade – atividades em que a experiência ainda tem peso. Quem se graduou nas décadas de 70 e 80 estava preparado para um mundo que não existe mais. No passado, o recém-formado buscava ingressar numa grande empresa e permanecer nela até se aposentar. Atualmente, essa prática só persiste no funcionalismo público.
Uma mudança de carreira bem estruturada agrega valor ao currículo. Porém, além de paixão e aptidão, é interessante ter em mente onde as competências adquiridas poderão ser aplicadas. É importante considerar os custos dessa iniciativa, como investimentos em cursos ou viagens relevantes à nova carreira. 
Aqueles que pretendem deixar a vida de assalariados e serem donos do próprio nariz devem ter cuidado redobrado, pois entrar em campo desconhecido sem uma pesquisa prévia e profunda sobre a área é atirar no próprio pé. Fazer uma boa poupança para se garantir durante a fase de transição é um aspecto que deve ser levado em consideração.

Mudar de profissão pode ser opcional ou um impositivo: nova dinâmica de mercado, tecnologias mais complexas, reestruturação na empresa. A maior dificuldade é buscar um referencial de sucesso que não condiz com os próprios valores. Muitos se comparam a colegas ou personalidades que julgam bem sucedidas e constroem uma ilusão de felicidade que nunca conseguirão alcançar, pois a felicidade não está em ser igual aos outros, e sim em satisfazer os próprios anseios e objetivos. A angústia só passa quando percebemos o que nos faz mal, entendemos por que nos sentimos infelizes no emprego e buscamos soluções. A liberdade está em fazer algo que possibilite realização, em todos os sentidos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Livros virtuais gratuitos da Cultura Acadêmica


Por meio da Editora Unesp e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg), a UNESP disponibilizou 50 livros virtuais gratuitos no site http://www.culturaacademica.com.br/.

Os títulos integram o selo Cultura Acadêmica e dão continuidade a Coleção Propg Digital, que oferece obras inéditas para download.
Consulte o material e ajude a divulgar em suas listas.

As muitas faces do Amor


O Amor está ao seu lado, e, se parece que isso não é verdade, é apenas porque nós fazemos muito barulho interior e não o escutamos. Silencie o seu tormento lamurioso e confie-se à prece serena e humilde. Na harmonia que se seguir, poderá identificar a força do Amor que lhe envolve.

Com essas palavras o autor espiritual, Lucius, através da psicografia do médium paulista André Luiz Ruiz, se dirige ao leitor no primeiro volume de sua trilogia. 'O amor jamais te esquece' é ambientado no primeiro século do cristianismo, em luminosos momentos vividos pela humanidade. O romance revela os dramas e experiências dos personagens, deixando a mensagem confortadora de que, apesar de nossas quedas e erros, nunca estamos relegados ao desamparo.
Em 'A força da bondade', Lucius aborda os processos de resgate nas regiões inferiores, o suporte dos mentores espirituais nos momentos difíceis e a importância da bondade como fator de vitória nas lutas diárias.

O terceiro volume da série, 'Sob as mãos da misericórdia', traz o entendimento do mecanismo da compaixão divina, que conduz as criaturas à evolução.
As obras têm caráter de romance, e procuram expor de forma clara e simples os conceitos da Doutrina Espírita, ou seja, os ensinamentos cristãos em sua essência.

Vol.1 - O amor jamais te esquece - 5ª edição 2004 - ISBN 8573413042 - nº páginas: 416
Vol.2 - A força da bondade - 2ª edição 2004 - ISBN 8573413182 - nº páginas: 448
Vol.3 - Sob as mãos da misericórdia - 2ª edição 2005 - ISBN 8573413387 - nº páginas: 512
Todos publicados pela IDE Editora

Luz nas sombras


Livros que retiram o véu da ilusão, que desconstroem mitos e desnudam certas crenças. Trata-se de um novo conceito na literatura espiritualista: o 'mal' é desmascarado, seus personagens são revelados, e são descortinadas a estratégia, a organização e a estrutura dos opositores da política divina.

O autor espiritual, Ângelo Inácio, nos convida a uma viagem interior para conhecermos nossas próprias sombras. As sombras externas são apenas a extensão de nossa escuridão interna – o mesmo ocorre com a luz. A Terra é como se fosse um campo de batalha, com o lado treva e o lado luz dentro de nós, é o contraste. Quando ignoramos o inimigo, desconhecemos suas estratégias, seu potencial. A proposta da 'trilogia das sombras' é que aprendamos a descobrir a luz na escuridão, ressaltando o trabalho dos espíritos superiores e levando em conta a transitoriedade das trevas (estágio do espírito na inferioridade). Assim como no livro 'Nosso Lar', psicografado por Chico Xavier, André Luiz menciona o aeróbus como meio de transporte astral, utilizado por entidades elevadas para visitar as regiões umbralinas com o intuito de prestar socorro, Ângelo Inácio oferece, inclusive, mais detalhes sobre essas expedições no Além.

Um conceito interessante presente nas obras é o do médium não espírita, ou não religioso. Isso significa que a pessoa pode auxiliar a espiritualidade superior na condição em que se encontra, exatamente onde está, sem ter necessariamente de seguir qualquer seita ou credo. É a mensagem subliminar - manter-se conectado às esferas mais altas pode tornar o médium um valioso colaborador.


O médium Robson Pinheiro diz, em entrevistas, que o sucesso das obras se deve a sua originalidade. Esta visão da espiritualidade, com suas nuances e conceitos, é inédita na literatura do gênero.

Vol.1 - Legião, um olhar sobre o reino das sombras - 2006 - 8ª edição - 502 páginas
Vol.2 - Senhores da escuridão - 1ª/2ª edições 2008 - 704 páginas 
Vol.3 - A marca da besta - 1ª edição 2010 - 640 páginas

Todos publicados pela Casa dos Espíritos Editora

sábado, 2 de julho de 2011

Ler ou não ser


A trajetória da humanidade 
impressa através dos tempos

Certo dia, em uma época muito distante, alguém resolveu rabiscar na parede da caverna onde vivia imagens que seus olhos haviam registrado. Cenas do cotidiano, rituais religiosos, animais e figuras humanas – tudo cravado na rocha. Os desenhos rupestres, assim denominados, nasceram há cerca de 40.000 anos e representam o primeiro registro da saga do Homem sobre a Terra, sua forma de se comunicar. Porém, a escrita só surgiria por volta de 4000 a.C., entre os sumérios, antigo povo da Mesopotâmia. As tábuas de argila e seus signos conhecidos como cuneiformes foram um importante legado de nossos antepassados para que conhecêssemos hoje sua cultura. Ao mesmo tempo, os egípcios também desenvolveram sua forma de escrever – na verdade, eram duas: a demótica (mais simplificada) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). O papiro, uma espécie de papel produzido a partir da planta do mesmo nome, era utilizado para escrever.

Os fenícios criaram o alfabeto e o propagaram através do Mediterrâneo, devido às suas atividades comerciais. A partir das letras fenícias é que surgem os idiomas hebraico, aramaico e grego primitivo. O primeiro registro de obras literárias de que se tem notícia surgiu na Grécia antiga. Os poemas Ilíada e Odisséia, ambos atribuídos a Homero, contavam as aventuras do célebre Ulisses e a Guerra de Tróia. Esopo ficou conhecido por suas fábulas, e Heródoto foi o primeiro historiador. Entre os romanos, as sátiras constituem um dos estilos literários praticados até hoje. Cícero (séc.I a.C.), filósofo, orador, escritor, advogado e político foi considerado pela Igreja católica como “pagão justo”, e, por esta razão, teve suas obras “Da República” e “Das Leis” preservadas pelo clero. 


A literatura da Idade Média passou pelas “Canções de Gesta”, que correspondiam a narrativas anônimas de aventuras de guerra, e pelas lendas “arturianas”, novelas de cavalaria contadas em prosa. A busca do Santo Graal (cálice sagrado) e as peripécias do rei Artur e os cavaleiros da távola redonda atravessaram os séculos.


Com o nascimento do Humanismo, a literatura ainda mantém características religiosas, porém, já podem ser notados os sinais do Renascimento com a retomada dos ideiais greco-romanos, considerados pagãos e recusados pela Igreja. O estilo é reforçado pelo movimento denominado Classicismo, que resgata o padrão e as formas da cultura clássica. As ideias da contra-reforma marcaram profundamente o século XVII, especialmente os países europeus de tradição católica, e influenciaram o universo artístico e literário. As mudanças começam com o culto à valorização da razão e da ciência para se chegar ao conhecimento humano. A partir da abertura do universo das ideias, a maior participação da sociedade nos fatos políticos e econômicos, a liberdade de expressão e a inserção do homem como indivíduo no contexto histórico, os gêneros literários acompanharam de perto as muitas fases da História humana. A literatura muda o foco do interesse pelas relações entre o homem e o mundo para uma crítica da natureza da própria ficção.

Hoje, a forma de ler mudou de roupagem: o futuro da impressão já chegou, e é digital. A indústria gráfica define impresso digital como “qualquer equipamento que registre sobre papel, ou outro suporte, as informações recebidas de um computador na forma de dados digitais sem que haja necessidade de gravar qualquer tipo de matriz para transferência dessas informações”.

Mas, qual será o futuro dos livros, jornais e revistas impressos? Eles permanecerão, apesar do impacto que vem sofrendo com os meios colocados à disposição do público através da rede mundial de computadores. Os blogs, sites e redes sociais como um todo criaram efetivamente um novo hábito de leitura, que vem ganhando força no mundo inteiro, incluindo o Brasil, onde a busca pelos livros não é um costume, embora essa tendência tenha se modificado nos últimos anos.

Os jornais, por exemplo, resolveram se adiantar às previsões e lançaram seu conteúdo eletrônico, entretanto, mantiveram sabiamente o exemplar tradicional diariamente à porta do leitor.

A despeito dos milhões de obras digitalizadas disponíveis na internet, a obra impressa em papel continua sendo a preferida tanto para o ensino, como para o lazer, bem como para os diversos tipos de embalagens e documentos não digitais. Certamente, o consumo do papel impresso terá uma demanda acima das expectativas. Menores tiragens, porém, com títulos e produtos diversificados, sem abrir mão de um mercado economicamente sustentável. Não deixa de ser uma releitura, só que do meio ambiente.