sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!


Algo mais no Natal

Senhor Jesus!
Diante do Natal, que te lembra a glória na manjedoura, nós te agradecemos:
a música da oração;
o regozijo da fé;
a mensagem de amor;
a alegria do lar;
o apelo a fraternidade;
o júbilo da esperança;
a bênção do trabalho;
a confiança no bem;
o tesouro da tua paz;
a palavra da Boa Nova;
e a confiança no futuro!...
Entretanto, oh! Divino Mestre, de corações voltados para o teu coração, nós te suplicamos algo mais! ...
Concede-nos, Senhor, o dom inefável da humildade para que tenhamos a precisa coragem de seguir-te os exemplos!
Emmanuel
(Do livro “Luz do Coração”, Francisco Cândido Xavier - Edição Clarim)
 ***Feliz Natal***

domingo, 27 de novembro de 2011

Freud explica: o mal estar na civilização

Em sua obra, Sigmund Freud se refere às conseqüências da criação de uma sociedade civilizada, na qual o ser humano teve de reprimir seus instintos mais violentos. Como esses instintos não foram satisfeitos, acabaram gerando neuroses e infelicidade. Para Freud, o instinto humano é naturalmente agressivo e, assim que se liberta do sistema que o reprimia, o homem tende a destruir o meio em que vive. Para que haja o desenvolvimento de um indivíduo e da civilização em geral, é essencial que se faça um controle de todas as pressões impostas às pessoas. Existem dois princípios que regem a vida, e que entram em constante conflito: o princípio do prazer e o da realidade – também denominados instinto de vida (Eros) e o instinto de morte (Tanatos), respectivamente. Enquanto Eros age com o intuito de interagir na civilização e aproximar os indivíduos, Tanatos atua de forma oposta, ou seja, contra a sociedade.
Em seu meio, o homem se enquadra na condição de alienação perante imposições de uma sociedade repressora, sem que lhe seja oferecida a possibilidade de liberdade, e consequentemente, não é concretizada sua felicidade, entendida como a liberação das energias instintivas. Ele nunca atinge a plenitude, apenas instantes fugazes de satisfação que são resultado dos impulsos sexuais represados. Apesar de estar na condição de ser racional, a característica instintiva aproxima o ser humano de qualquer espécie animal, independente da escala a qual este pertença. Neste conflito existente entre os princípios Eros e Tanatos e as diversas análises que podem ser consideradas, a principal delas está entre o amor, cujo poder induz o indivíduo a não aceitar privar-se do objeto de desejo, e a dor, que é a sensação desagradável advinda da não realização de um relacionamento interpessoal. Segundo o autor, as frustrações de ordem sexual são aquelas que os neuróticos não conseguem tolerar e criam, através dos sintomas, satisfações alternativas que causam sofrimento ou se tornam fonte de angústias pelas dificuldades geradas em seus relacionamentos de um modo geral.
Entretanto, além da castração, o mundo civilizado impõe outros sacrifícios. O desenvolvimento cultural de um grupo social implica diretamente no relacionamento entre um número considerável de pessoas. Quando uma relação amorosa se encontra em seu ponto mais alto, o casal se basta, não havendo lugar para outro alguém. Esta é a situação na qual Eros revela todo o âmago de seu ser, no entanto, se recusa a ir mais além e permanece atuante apenas no modelo de ligação a dois. Se imaginarmos uma comunidade cultural composta de indivíduos duplos (casais) que, libidinosamente satisfeitos sejam capazes de se vincular a outros por meio do trabalho e interesses comuns, a sociedade não iria extrair energias da sexualidade. Porém, esse estado de coisas não existe, e nunca existiu. O plano real nos mostra que a civilização não se contenta com as ligações que até o momento lhe oferecemos, e então visa unir todos os seus membros entre si de maneira libidinosa, empregando todos os meios disponíveis para isso. Os indivíduos têm os caminhos favorecidos para que uma forte identificação seja estabelecida com seus semelhantes; em ampla escala a libido, que se encontra inibida, é despertada em sua finalidade, promovendo o vínculo comum através das relações de amizade. Para que os objetivos dessa civilização sejam alcançados, ela força restrições à vida sexual do indivíduo. De acordo com Freud, não somos capazes de entender a necessidade que o meio social tem de seguir este rumo, o antagonismo à sexualidade do ser. Algum fator de perturbação, por enquanto não foi descoberto. Podemos ainda detectar em nós uma dose de agressividade, e supomos que ela esteja presente também nas outras pessoas, e isso cria entraves nos relacionamentos interpessoais, gerando um alto dispêndio de energia para a civilização. A conseqüência da hostilidade primária humana é a ameaça constante de desintegração que apavora a sociedade denominada civilizada. A inclinação que o ser humano possui para a agressividade não é tão fácil de ser descartada. Freud analisa que, se tomarmos um pequeno grupo cultural de pessoas, elas se sentirão mais confortáveis se concederem a esse instinto na forma de hostilidade contra intrusos. Há um bom número de indivíduos unidos no amor, e outro tanto nada desprezível, em manifestações de agressividade.
Se o mundo civilizado impõe sacrifícios ao ser humano, não apenas à sua sexualidade, mas também à sua agressividade, é natural entender as razões que impedem a felicidade nessa sociedade. Talvez haja a possibilidade de nos familiarizarmos com a idéia de que existam dificuldades ligadas à natureza da civilização, e que estas não se submeterão às tentativas de reforma. Na última fase do pensamento freudiano, o terreno social é representado em uma polaridade constante entre duas lógicas: a da política e a da guerra, já que os fundamentos do poder estão embutidos na renúncia dos prazeres imposta aos indivíduos e na regulação da vida social. Decorrentes disso são a neurose e o mal estar, dos quais dificilmente se pode fugir. O método mais adequado para minimizar o desconforto é o tratamento terapêutico direcionado a cada um.
A grande questão é saber até que ponto o desenvolvimento cultural humano irá sobrepujar a inquietação e a angústia provocadas pelo instinto de agressão e autodestruição, natural no homem. Há um considerável domínio das forças da natureza exercido pela humanidade, que os indivíduos seriam capazes de se exterminarem uns aos outros completamente; e a consciência deste fato é a causadora de boa parte de sua infelicidade e ansiedade. No mundo atual não há lugar para utopias; o ovo do réptil está em constante desenvolvimento em nosso interior – constituindo-se a eterna luta entre Eros e Tanatos, ambos tentando se firmar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os degraus da sétima arte

Saindo um pouco do gênero literário, vamos falar um pouco sobre cinema. Recentemente fiz um trabalho sobre a análise das diferenças de contexto entre as cenas de duas produções cinematográficas bem conhecidas. Vamos a elas.


O Encouraçado Potemkin
Diretor: Sergei Eiseinstein
Elenco: Alexander Antonov, Vladimir Barsky, Grigory Alexandrov, Marusov, Mikhail Gomorov
Ano de produção: 1925
Obra prima de Eiseinstein, “O encouraçado Potemkin” retrata fase do período czarista. A Rússia iniciava seu desenvolvimento industrial utilizando-se de investimentos estrangeiros. O governo era autocrático e o poder centralizado.
Em 1905, marinheiros de um navio do czar se rebelam contra a tirania dos comandantes e tomam o controle do Potemkin. Após saber da morte de um marujo por causa de ‘um prato de sopa’, a população do porto de Odessa passa a apoiar o levante. As forças repressoras do regime czarista, então, esmagam o movimento com exacerbada violência.

Os Intocáveis
Diretor: Brian De Palma
Roteiro: David Mamet
Elenco: Kevin Costner, Robert De Niro, Sean Connery, Andy Garcia,  Charles Martin Smith
Ano de produção: 1987
Um dos mais emblemáticos filmes de De Palma, “Os intocáveis” mostra a Chicago dos anos 30, na época da ‘Lei Seca”.
Elliot Ness é um agente federal encarregado de capturar o gângster Al Capone, célebre chefe da máfia. Por causa da corrupção dentro do próprio sistema policial, as tentativas de Ness em deflagrar as ações do bando acabam frustradas. Após ser humilhado pelos jornais, o agente resolve reunir um grupo de homens confiáveis e incorruptíveis para auxiliá-lo na empreitada. O primeiro a se juntar a equipe é Jim Malone, experiente policial e mentor de Ness. Em seguida, eles convocam George Stone, um italiano que acabara de ingressar na Academia e exímio atirador. O quarto integrante é Oscar Wallace, contador que ficaria responsável por analisar se Al Capone estava omitindo informações do imposto de renda.

Tema da análise:
Escadaria do Porto de Odessa – O encouraçado Potemkin (EISEINSTEIN, SERGEI – 1925) Escadaria da estação de trem – Os Intocáveis (DE PALMA, BRIAN – 1988)

A produção russa, após a revolução de 1917, não apenas no cinema, mas nas artes em geral, adotou o modelo ‘realismo socialista’. Apesar das produções receberem financiamento do Estado, que tinha o objetivo de divulgar uma nova ideologia, outra forma de ver o mundo (inacessível ao cidadão comum), a ditadura stalinista estava em seu início e ainda não havia uma política acabada para a cultura. Este era um fator importante, pois garantia certa liberdade a artistas e intelectuais. A idéia era a de que a arte não tem que ser decorativa, mas sim assumir uma função social (construtivismo). Para o inquieto Sergei Eiseinstein, o ‘fazer alguma coisa’ só tem sentido no contexto coletivo, e o diretor mostra isso muito bem no filme “O encouraçado Potemkin”.  A ideologia de Eiseinstein está presente nesta obra por meio do retrato da intolerância humana, seja de qualquer origem ou período histórico. Ele não estava preocupado com a narrativa linear, pois o que dava sentido ao filme eram a montagens de atrações e intelectual – blocos de ação com uma temática, com a intenção de causar êxtase. Ou seja, uma imagem não tem sentido sozinha. A iniciativa de Eiseinstein de colocar os dois planos juntos, totalmente diferentes, em sequência, foi uma inovação para o cinema da época, cheio de planos gerais ou ultra-closes. Esses planos criam um sentido conseqüente e dialogam com o público (montagem dialética).

A cena mais famosa do longa é a da escadaria de Odessa, onde os cidadãos que apóiam o movimento dos marinheiros do Potemkin são barbaramente assassinados pelos soldados Cossacos. Em um jogo de câmera interessante, que serve para que o diretor tome parte no conflito, as vítimas permanecem sempre em close, e os algozes aparecem como ‘sombras’, configurando os elementos emocionais presentes. Em grandes momentos de tensão, o som da música se alterna, entre um crescendo frenético e depois interrompido em diversos instantes. A movimentação dos personagens é caótica, exceto os soldados, que figuram em absoluta ordem, como uma muralha descendo sobre a multidão. As cenas cruciais são a do desespero da mãe ao perceber que seu bem mais precioso havia sido levado por causa de uma briga injusta e cruel e a do carrinho com o bebê descendo as escadas, desgovernado em meio ao tiroteio. A tensão é provocada por meio dos movimentos ousados que Eiseinstein faz com as câmeras, em diversas panorâmicas e elevações, assim como nos closes dos rostos torturados pelos instantes de terror da repressão.
 

O primor de Eiseinstein recebeu, 62 anos depois, uma homenagem à altura, concedida pelo cineasta Brian De Palma. Conhecedor de planos e enquadramentos, dono de estética visual marcante e dominador da linguagem narrativa, De Palma sabe manipular a tensão e dirigir tomadas de ação. Embora esteja num outro contexto, a cena das escadas em “Os intocáveis” não provoca menos calafrios no espectador. Na escadaria da estação de trem, uma mãe desesperada vê o carrinho que leva o seu bebê descer vertiginosamente em meio aos projéteis disparados entre agentes da lei e mafiosos. O diretor organizou as tomadas em câmera lenta e, ao mesmo tempo em um ritmo alucinante. O suspense é garantido pelos instantes silenciosos e lentos em que Elliot Ness espera pelo guarda-livros de Capone, gerando grande expectativa. Os closes se alternam entre o relógio, a figura extremamente tensa de Ness, e os poucos passageiros que entram e saem da estação.

O filme “Os intocáveis” procurou expressar a realidade da máfia, da corrupção político-social presente na sociedade, assim como “O encouraçado Potemkin” deixou bem clara a questão das diferenças sociais promovidas pelo homem. No entanto, na obra de De Palma o bem vence o mal, com a moral de que o crime não compensa, bem ao estilo americano. Quanto aos conflitos ocorrentes desde o princípio da humanidade, na busca incessante pelo poder e pelo ouro, sacrificando todos os tipos de vida no planeta, quando irão terminar? Nem mesmo o mais experiente e brilhante cineasta pode prever...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Rubem Alves em verso e prosa

O Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba) recebeu na quarta-feira, 19 de outubro, o autor Rubem Alves. O tema da palestra foi “O prazer da leitura”, e teve a poesia como pano de fundo, considerada pelo convidado como uma das formas mais intensas de se comunicar.
A apresentação integra o “Outubro Literário”, promovido pela prefeitura de Indaiatuba, com apoio da Secretaria de Cultura.

Alves iniciou com a citação a Fernando Pessoa, a quem ele denomina “um equívoco da divindade”. Autores consagrados também foram lembrados, como Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Herman Hesse, Robert Frost, Gabriel Garcia Marquez e o filósofo Friedrich Nietzsche.

Com bom humor, Alves expôs episódios de sua vida. Os conceitos de morte, sofrimento e velhice também foram abordados pelo escritor. O livro “A montanha encantada dos gansos selvagens” foi inspirado na dor de uma criança diante da perda de um ser amado. Alves demonstra prazer em escrever para o público infantil – “Escrevo para crianças para amenizar seu sofrimento; elas sofrem por causa dos adultos”, disse. E complementa: “As crianças nunca perdem a capacidade de se encantar diante da vida”.

Analisando a literatura sob uma perspectiva poética, Rubem afirmou: “A gente escreve porque não quer morrer” e lembrou Nietzsche quando disse que “Pessoas são livros. A literatura é uma experiência antropofágica, há ‘pedaços’ do autor na obra”.
Para finalizar, o autor ensina que devemos transformar a dor em beleza e arremata: “Os palhaços não levam a vida tão a sério. Como os poetas“.

Rubem Alves é escritor, psicanalista, educador e teólogo. Possui livros e artigos sobre temas religiosos, educacionais e infantis. Além da poesia, a culinária é uma paixão e tema de seus textos. Atualmente vive em Campinas e tem um restaurante, ponto de encontro semanal do grupo “Canoeiros” para leitura de poemas.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Revista digital sem complicações

Há quem diga que os impressos estão com os dias contados. Se depender da indústria tecnológica, a contagem já terminou. Ainda há muitos que preferem a leitura tradicional, porém, já faz algum tempo que revistas, jornais e livros têm seu conteúdo disponível online. Estamos na era da interação Homem-máquina.
Enquanto os usuários estão fascinados, as editoras empreendem uma corrida alucinante para acompanhar as inovações que surgem a cada instante. Foi pensando nisso que Jean Frédéric Pluvinage, estudante do último ano de Jornalismo do Ceunsp, em parceria com Ricardo Minoru Horie trouxeram para o mercado o livro “Revistas digitais para iPad e outros tablets – Arte-finalização, Geração e Distribuição”. Lançada pela editora Bytes & Types, a publicação utiliza o InDesign CS5.5 como principal ferramenta e explica em detalhes os procedimentos para que profissionais de diagramação de produtos editoriais dos mais variados segmentos possam produzir revistas digitais no formato Folio (folhas dobradas uma vez ao meio, originando quatro páginas em cada uma). O conteúdo poderá ser visualizado em tablets como o iPad, Galaxy Tab, Xoom, entre dezenas de opções.
O mundo digital oferece infinitas possibilidades, mas render-se ao mundo fantástico da tecnologia requer conhecimento e paciência. Não basta ter a ferramenta, é preciso saber como utilizá-la, e muito bem. De acordo com Jean, “adaptar uma revista impressa para a linguagem do tablet envolve a transposição de uma narrativa linear para uma narrativa digital, sem perder a identidade editorial e gráfica da publicação”. Ele explica que essa narrativa deve instigar o leitor a explorar um conteúdo oculto. “É o prazer de descobrir os níveis de profundidade da revista agregado ao conhecimento e informação que o leitor busca”, complementa.
A obra é pioneira ao tratar do assunto no Brasil e no mundo. Jean afirma estar satisfeito com o resultado do trabalho, e a parceria com Ricardo Horie enriqueceu ainda mais sua experiência. “Espero que o livro se torne uma referência e ajude as pessoas a conhecer melhor esse mercado”, declara Jean.

Atualmente Jean Pluvinage é diagramador e jornalista da revista Desktop, especializada em artes gráficas. Escreveu as reportagens “A arte narrativa na vida digital” e “Próxima partida: Homem x máquina”, ambas para a revista Continuum do Itaú Cultural.
Horie, o coautor, é sócio-diretor da Bytes & Types e já publicou mais de 50 livros técnicos na área de editoração eletrônica.  

O livro está disponível na loja virtual da Bytes & Types. A editora também disponibiliza no site arquivo em PDF com amostras de algumas páginas – http://www.bytestypes.com.br/

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Marley e eu

Esses adoráveis anjos de patas

Aqueles que me conhecem sabem muito bem que eu não poderia deixar de mencionar este livro. Sei que ele foi comentado à exaustão, que continua sendo sucesso de vendas e coisa e tal. Mas, quem tem em casa um ser de quatro patas, com cara de pidão e pelos no corpo, pode perfeitamente se identificar com a história comum e ao mesmo tempo emocionante de uma família e seu labrador endiabrado.
Também não vou contar aqui a saga do cãozinho Marley, que todos também já conhecem. Ela se repete diariamente em muitos lares. No entanto, vale lembrar que este é um dos poucos livros que viraram filme sem perder a essência da história impressa. A convivência entre o ser humano e os animais, muito mais do que modismo, pode significar um aprendizado muito rico, já que a amizade e o amor incondicional desses ‘anjos de patas’ são capazes de nos transformar, para melhor.
Emoção e muitas risadas garantidas.

Publicado pela Prestígio editorial, 2005, ISBN 978-85-00-02157-2 – 302 páginas.

Enquanto o amor não vem


O meio-tempo para o amor

Você conhece alguém que encontrou o amor verdadeiro? Acredita que ele exista aqui na Terra? Bem, talvez algumas pessoas conheçam outras que estejam vivendo, ou tenham vivido um sentimento vivo e intenso. Até mesmo pode haver quem esteja lendo essa resenha e conheça de perto o amor de verdade. Essas pessoas devem agradecer todos os dias, pois no plano em que vivemos isso equivale a encontrar um tesouro, ou ganhar sozinho o prêmio acumulado da mega sena.

Para Iyanla Vanzant é possível encontrarmos o amor que desejamos. Em seu livro ‘Enquanto o amor não vem’ ela nos indica a fazermos uma faxina em nossa vida sentimental, através de pequenas histórias de gente comum, com seus conflitos, angústias e alegrias. Ela nos ensina a aproveitar o tempo de espera – denominado de meio-tempo – para que o façamos valer a pena.

A leitura é leve, atraente e aborda conceitos de auto-estima, mágoas, relacionamentos obsessivos, medo, auto-sabotagem, e outros empecilhos a nossa felicidade afetiva, criados por nós mesmos.

Segue algumas palavras de Iyanla no início do livro:
“Haverá um momento em sua vida em que o amor vai chegar. Antes disso, você terá feito tudo o que podia, tentado tudo o que podia, sofrido o quanto podia e desistido muitas vezes. Mas, com a mesma certeza com que você está lendo este texto, posso lhe garantir que esse dia virá. Nesse meio tempo,  este livro vai lhe contar muitas histórias e lhe ensinar algumas coisas que você pode fazer para se preparar para o dia mais feliz de sua vida: o dia em que experimentar o amor verdadeiro.”

A autora garante que já encontrou o seu grande amor. Espero que aqueles que lerem o livro também tenham a mesma sorte, inclusive eu...

Publicado pela Sextante, 1998
ISBN 85-86796-23-9 
264 páginas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Talento à prova de crise



A autora dá dicas de como driblar as várias crises pelas quais passamos, 
tanto as externas quanto as internas

As crises existem, é um fato. Elas podem estar no lar, na empresa, no mundo e dentro de nós. Todos as enfrentamos, mais cedo ou mais tarde, e o modo como encaramos esses períodos de turbulência é o que nos diferencia. Muitos afirmam que uma pessoa bem sucedida teve sorte; pode ser, afinal, bons ventos não fazem mal a ninguém. Mas, será que foi só isso? Essa ideia pressupõe que o Criador seja um ser caprichoso, elegendo alguns de seus filhos para serem bafejados pelo sucesso, enquanto outros se vêem na angústia de terem todos os seus projetos desmoronados pela mão do destino. Não é bem assim. Leila Navarro, em sua obra ‘Talento a prova de crise’, sugere que identifiquemos e superemos as várias formas de crise, inclusive como tirar proveito delas.

Há um provérbio antigo que diz: ‘Deus nos dá o frio conforme o cobertor’, ou seja, a ninguém é oferecida uma tarefa, um desafio, para os quais não tem condições (inteligência) de solucionar. A proposta da autora é mostrar, através de sua larga experiência na área do comportamento humano, que podemos controlar as situações críticas do dia-a-dia e redescobrir o talento existente em cada um de nós.

A linguagem literária é franca, jovial e de estilo irreverente. Utilizando-se de casos e testes, Leila nos ensina a nos tornar cúmplices de nós mesmos, e nos armarmos emocionalmente para os momentos em que o universo parece não conspirar a nosso favor.
A obra traz também comentários de autores e especialistas como Max Gehringer, Içami Tiba, Luiz Marins, prof. Gretz, entre outros.

Leila Navarro realiza palestras motivacionais e comportamentais, percorrendo o Brasil com suas apresentações. Ela é autora de mais onze livros e figura na revista Veja entre os vinte maiores palestrantes do país.

Publicado pela Thomas Nelson Brasil, 2009
ISBN 978-85-7860-056-3 
205 páginas

Guia de elegância de uma reles mortal


Finalmente, alguém percebeu que não dá para a maioria das pessoas ficar elegantes gastando o que não têm, muitas vezes, com peças que nada têm a ver com o estilo de quem irá vesti-las.

De acordo com Helena Perim Costa, elegância não é uma questão de luxo. Com bom senso e um bom espelho você chega lá. A autora, embora tenha morado em uma cidade cara como Milão, se declara uma ‘reles mortal’ – sempre dependeu de salário para sobreviver, e leva uma vida que ela mesma classifica como ‘normal’ – trabalhar a semana toda, pagar contas, aluguel etc.

Por ser observadora e detalhista, percebeu que os milaneses respiram moda. Há lojas por todos os lados, e aonde quer que se vá naquela cidade, irá fatalmente dar de cara com uma vitrine. E foi levando uma vida comum que Helena percebeu que aquilo que se vê nas vitrines não é o mesmo que se vê nas ruas. Afinal, em qualquer lugar do mundo, são poucas as pessoas que podem se vestir com roupas de marca, usar sapatos de salto 10 e bolsas de grife.

Pensando nisso, a autora, que não é profissional de moda e nem tem amigos que atuem nessa área, resolveu publicar o ‘Guia de elegância de uma reles mortal’. De uma forma bem humorada, o livro oferece truques e dicas para se manter bem arrumado sem arruinar a conta bancária.

Portanto, antes de correr às lojas dê uma boa olhada em seu armário e tenha o Guia de elegância sempre a mão, porque mais do que estar na moda, ser elegante é criar um estilo próprio, seguindo as regrinhas básicas com criatividade, limite, humor e muito bom senso.

Publicado pela editora Matrix, 2006 
102 páginas

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os sertões


A terra, o homem, a luta

Publicado em 1.902, “Os sertões” trata da Guerra de Canudos (1896-1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de São Paulo.

No entanto, antes de falar sobre o livro é necessário destacar o contexto sócio-cultural em que ele foi escrito. Com base na seleção natural de Charles Darwin sobre a evolução das espécies – a teoria da evolução – surgiram correntes nas ciências sociais que se apoiavam na tese da sobrevivência da espécie humana para instituir o controle demográfico. Mais conhecido como darwinismo social, o pensamento sustentava a idéia de que características biológicas e sociais determinavam que uma pessoa fosse superior a outra. Alguns dos padrões determinantes da superioridade de um indivíduo seriam um maior poder aquisitivo, a habilidade nas ciências exatas e a raça. O Darwinismo Social foi empregado para tentar explicar a pobreza pós-revolução industrial, sugerindo que os que estavam pobres eram os menos aptos (segundo interpretação da época da teoria de Darwin) e os mais ricos, que cresceram economicamente, seriam os mais aptos a sobreviver, por isso os mais evoluídos.

A tendência de se construir explicações biológicas para comportamentos considerados como socialmente indesejados, tais como o alcoolismo, a violência, a tristeza ou a depressão e a infância problemática (ao que hoje damos o diagnóstico de DDA – Distúrbio de Déficit de Atenção), caracterizou grande parte do discurso da Higiene e da Medicina Legal no final do século XIX e inicio do XX.

Euclides da Cunha era jornalista, militar e republicano, e sua formação ocorreu dentro dessa maneira de pensar.  Ele acreditava ser o Homem um produto do meio (determinismo – a miscigenação dos povos é contra as ‘leis naturais’).

Em “Os sertões” o autor aborda a questão da miscigenação no Brasil, fazendo uma distinção entre o sertanejo do litoral e do interior do país. Euclides baseia-se nas teorias raciais da época, compondo uma teoria na qual mostra como é prejudicial à intensa mestiçagem, pois pode trazer elementos de uma raça evoluída, degradando-os com os elementos de uma raça que se encontra em estágio inferior:
“A mistura de raças mui diversas é, na maioria dos casos, prejudicial. Ante as conclusões do evolucionismo, ainda quando reaja sobre o produto o influxo de uma raça superior, despontam vivíssimos estigmas da inferior. A mestiçagem extremada é um retrocesso. O indio europeu, o negro e o brasílio-guarani ou o tapuia, exprimem estágios evolutivos que se fronteiam, e o cruzamento, sobre obliterar as qualidades preeminentes do primeiro, é um estimulante a revivescência dos atributos primitivos dos últimos. De sorte que o mestiço — traço de união entre as raças, breve existência individual em que se comprimem esforços seculares — é, quase sempre, um desequilibrado.” (CUNHA, 96, 1985).

O livro acaba, mas não termina. Esta obra foi uma das mais importantes reflexões sobre a identidade nacional. O escritor positivista que acreditava na república é o mesmo que denuncia a dor, a fome e a barbárie. Canudos foi um crime cometido para e pela república. O Estado só chegara tão longe para trazer a injustiça e a morte. Essa não era a república reclamada pelo autor. Euclides não mascarou a realidade porque não pregou uma falsa igualdade social entre as “raças”, o que seria feito por outros. Como identidade nacional, podemos tirar a frase “A nação brasileira é o resultado de uma angústia racial”, e ele, Euclides da Cunha, é o primeiro que se propõe a fazer um estudo a fundo desses cruzamentos todos que nos formam.

Fonte: Wikipédia / Colaboração: Profª Regina Amélio (Ceunsp-Salto-SP)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Há dois mil anos – o encontro com Jesus


Romance espírita de autoria de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, narra episódios do Cristianismo nascente. Considerado como um dos dez melhores livros espíritas do século XX, segundo pesquisa realizada em 1999 pela 'Candeia Organização Espírita de Difusão e Cultura', ‘Há dois mil anos’ integra a épica coleção dos romances de Emmanuel constituída na sequência por ‘Cinquenta anos depois’, ‘Ave, Cristo’, ´Paulo e Estêvão’ e ‘Renúncia’.

O livro aborda os principais fatos da vida do senador Públio Lentulus, uma das encarnações do autor espiritual, destacando três momentos: o encontro do homem público com Jesus, a cura de sua filha Flávia e a conversão da esposa Lívia ao Cristianismo.
Emmanuel nos relata sua experiência pessoal, com a riqueza de detalhes que caracteriza seus livros, para que meditemos sobre os instantes preciosos que nos são ofertados ao longo da vida. ‘Há dois mil anos’ traz em seu contexto duas virtudes essenciais ao processo evolutivo do Espírito em busca da felicidade integral: fé e humildade. A obra nos faz refletir sobre o tempo de que ainda necessitamos para o real encontro com Jesus na intimidade de nosso coração.
Publicado pela FEB (Federação Espírita Brasileira) em 1939, o livro já está em sua 48ª edição. ISBN 978-85-7328-364-8 – 495 páginas.
Fontes: Wikipédia  /  RIE (Revista Internacional de Espiritismo) –nº 7 – Agosto/2011 – Literatura – Geraldo Campetti Sobrinho.

domingo, 24 de julho de 2011

Os Césares


A soberba potência da Roma Antiga

“Sempre me interessou saber que Júlio César tinha olhos negros e vivos, e que, sofrendo de calvície, puxava seus cabelos para a frente do crânio e trazia sempre em redor da cabeça os louros ou a coroa de ouro”. A frase é de Ivar Lissner, e com ela o autor abre as portas do passado, numa obra minuciosa sobre a vida dos césares romanos. Ainda no texto de introdução Lissner já chamava a atenção para a verdadeira aparência física de Cleópatra quando escreveu: “... não era o que se costuma chamar uma beldade...”. Isso muito antes de ser encontrada no norte da Inglaterra, em 2007, uma moeda do ano de 32 a.C. com a figura da rainha, revelando uma mulher de testa estreita, queixo pontudo, nariz adunco* - padrões fora de compasso com nosso conceito atual de beleza.
O livro, com texto fluente e recheado de imagens, nos transporta em uma viagem através de 400 anos de história romana, dos tiranos invejosos Mário e Sila ao primeiro imperador cristão, Constantino, o Grande. Desfilam aqui dramas, conquistas, virtudes, grandezas e depravações, conspirações e tramas ardilosas. Os pensadores e gênios não foram esquecidos. Entre eles, Cícero, Sêneca e Petrônio, o ‘árbitro da elegância’ são retratados com o mesmo respeito e valor histórico de seus contemporâneos imperadores. Ivar Lissner consultou à exaustão historiadores da Antiguidade e reconstituiu cada personagem, com o intuito de que aparecessem muito ‘vivos’ aos seus leitores. Boa pedida para quem gosta de História e quer ir além do conteúdo escolar.
A edição de ‘Os césares (apogeu e loucura)’ é o volume 29 da coleção ‘Descoberta do mundo’, publicada pela editora Itatiaia. Título original em alemão: Die casaren (macht und wahn), 500 páginas.
*Fonte: O Globo online, 14/02/2007

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Era do Espírito


"Espíritas, amai-vos e instruí-vos"
No século XIX, o fenômeno das mesas girantes agitou a Europa. Alvo de curiosidade nos saraus parisienses motivava reportagens na imprensa da época. As mesas se moviam e respondiam a questões mediante batidas no chão (tiptologia). Essas manifestações chamaram a atenção do professor Hyppolyte León Denizard Rivail.  Educador, autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica, o professor Rivail não aceitou imediatamente a fenomenologia das mesas girantes, mas a estudou com atenção e observou que havia uma força inteligente que as movia. Então, passou a investigar a natureza dessa força, que se identificou como ‘Espíritos dos homens’ que haviam morrido. Rivail analisou as respostas, comparou-as e submeteu-as ao crivo da razão. Os dados foram anotados e ordenados – por isso as obras para o espiritismo receberam a denominação de ‘Codificação’.

Os autores da doutrina espírita são os Espíritos superiores. Assim que o professor Rivail percebeu que as informações formavam um conjunto de proporções doutrinárias, decidiu publicar um livro, e no dia 18 de abril de 1.857 nasceu, em Paris, o ‘Livro dos Espíritos’. Em sua primeira edição, o volume continha 501 questões. Posteriormente, em 1.860, foi lançada a segunda edição com 1.019 questões, além das anotações de Rivail. Resistindo a um século e meio de evolução cultural, filosófica, científica e tecnológica, o ‘Livro dos Espíritos’ continua sendo uma completa síntese de informações contemporâneas, oferecendo subsídios de alto significado aos seus pesquisadores.

Para diferenciar a obra espírita da produção pedagógica, o educador adotou o pseudônimo de Allan Kardec. E sua missão estava apenas no início. Em janeiro de 1.858 Kardec lançou a ‘Revue Spirite’ (‘Revista Espírita’) e, em abril do mesmo ano fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – o primeiro centro espírita do mundo. O Codificador do Espiritismo (como ficou conhecido) publicou ainda outros quatro livros: ‘O que é o Espiritismo’ (1.859), ‘O livro dos médiuns’ (1.861), ‘O Evangelho segundo o Espiritismo’ (1.864), ‘O céu e o inferno’ (1.865) e ‘A gênese’ (1.868), completando assim os cinco livros da Codificação.

Kardec situou toda a sua pesquisa em bases experimentais, com o intuito de estabelecer a veracidade dos fatos e submeter ao controle da razão os ensinos coletados pelos Espíritos, pois verificou entre eles divergências de opiniões, atribuídas aos diferentes estágios evolutivos das entidades comunicantes. Utilizando-se da mediunidade o Codificador demonstrou à sociedade a sobrevivência do Espírito ao desencarne, e as várias experiências reencarnatórias como fator fundamental para o processo evolutivo ao qual está destinado. O mestre de Lyon nos proporcionou a visão otimista em torno da jornada terrestre, assinalando que a responsabilidade pelo progresso ou o estacionamento na via do crescimento intelecto-moral é de cada um. Desfez a mitologia a respeito dos eternos castigos e penas, assim como das indulgências e benesses celestes concedidas a passe de mágica. O Pentateuco kardequiano traz em seu conteúdo o conhecimento universal vinculado as mais diversas ciências humanas. O trabalho de Kardec nos mostra que a doutrina espírita, na condição de Consolador prometido por Jesus, veio esclarecer ao Homem que a vida não termina com a morte do corpo, que ele é um Espírito imortal que já teve inúmeras encarnações nas quais desenvolveu progressos morais e intelectuais, e que a comunicação com o plano espiritual é um fato.

O Espiritismo possui um roteiro de vida que assegura paz duradoura através da vivência do Evangelho do Cristo. Emmanuel, orientador espiritual de Chico Xavier, em seu texto ‘O mestre e o apóstolo’, deixa explícita a admiração ao Codificador quando diz: “Luminosa a coerência entre o Cristo e o apóstolo que Lhe restaurou a palavra. Jesus, a porta. Kardec, a chave”.

Em 1.890, cerca de vinte anos após o desenlace de Kardec, seus amigos reuniram textos e anotações inéditos e publicaram ‘Obras póstumas’, que contém importantes registros acerca de pontos doutrinários e fundamentação do Espiritismo. Aqui, a biografia do mestre lionês é intercalada com o surgimento do Espiritismo, um precioso legado às sociedades espíritas do futuro.

"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, esta é a lei"

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A liberdade começa aos 40



Os bancos universitários estão ocupados por gente madura. Muitos profissionais têm buscado mudar de carreira. Os motivos: o desejo de sair da rotina, a necessidade de explorar novas atividades ou simplesmente a chance de realizar um sonho.
A presença de quarentões nas salas de aula das faculdades é cada dia maior. O crescente envelhecimento da população ativa do Brasil é um dos principais sintomas. Outro fator relevante é a exigência de uma qualificação continuada aliada à experiência do trabalhador que está no mercado profissional. Há mais motivadores de mudanças. O ser humano é essencialmente um colecionador de experiências, e nele existe o temor de que a vida passe sem que tenha aproveitado ao máximo todas as possibilidades, inclusive em seu trabalho. Dessa forma, a insatisfação com o atual emprego, o dia-a-dia que se tornou extremamente maçante ou a simples vontade de aprender algo novo, tem levado muitos profissionais de meia-idade a buscarem uma segunda ou terceira graduação.
Há pouco tempo atrás, o trabalhador de faixa etária madura já começava a orientar seus passos pensando na aposentadoria. Alguns enxergavam essa possibilidade com pavor, afinal, ela representava decadência, improdutividade e indiferença social. Hoje não é assim. Estamos vivendo mais, e de forma saudável. Além disso, se considerarmos em termos estatísticos, uma pessoa com quarenta e poucos anos ainda tem pela frente um período de tempo igual ao que já trabalhou até então. Diante dessa perspectiva, a atitude de dar uma guinada na carreira ou investir em mais conhecimento na área em que atua é um fator positivo.

O terreno está fértil. Há mais empregos em diferentes áreas do conhecimento e os empregadores não se restringem à sua região geográfica. O conservadorismo está desaparecendo do mundo corporativo e as empresas valorizam a diversidade de formação e a experiência do candidato a uma vaga.
A internet, com as redes sociais e páginas das empresas, mostra um amplo panorama do mercado de trabalho e viabiliza a interação com profissionais de diferentes segmentos. Cursos e eventos também são boas fontes de informação. Mesmo que haja talento para a nova atividade, a demanda de mercado deve ser estudada, e as etapas para a alteração de rota definidas com cuidado.

Para que a transição de carreira seja eficaz é fundamental investir no autoconhecimento. Saber o que é bom para si, quais as verdadeiras razões para mudar, e o que gosta de fazer. É necessário estar seguro da decisão – mesmo porque, a essa altura da vida, não há tempo a perder com escolhas equivocadas. Um erro comum é confundir emprego com carreira e abandonar os dois de forma precipitada por causa de um atrito com o chefe ou de uma insatisfação momentânea.  Embora o cenário atual esteja favorável para que os quarentões experimentem novos rumos na profissão, é significativo o número de pessoas que só embarcam em um novo projeto de trabalho quando são demitidas. Arriscar uma mudança radical no momento da demissão pode ser comparado a uma decisão de campeonato nos minutos finais do segundo tempo. Consultores em recolocação profissional afirmam que o melhor momento de tomar uma decisão dessa importância é quando se está no auge, ganhando bem e empregado, pois quem está por baixo não tem opções e costuma mudar pelas razões erradas. Analisar com cuidado as habilidades e o estilo de vida, e se esses fatores estão em sintonia com a opção em mente, são detalhes a se observar. Uma nova (e eficiente) rede de contatos é importante. Muitas vezes, a nova área possui valores e cultura próprios, que levam um longo tempo para ser assimilados.
Pesquisas apontam que as pessoas com maior desejo de romper com a atual vida profissional têm entre 40 e 50 anos. Ainda que haja dificuldades para encontrar emprego nesta fase da vida, há nichos de mercado onde a turma com mais tempo de batente tem chances de se dar bem, como consultorias, serviços de advocacia ou dar aulas em universidade – atividades em que a experiência ainda tem peso. Quem se graduou nas décadas de 70 e 80 estava preparado para um mundo que não existe mais. No passado, o recém-formado buscava ingressar numa grande empresa e permanecer nela até se aposentar. Atualmente, essa prática só persiste no funcionalismo público.
Uma mudança de carreira bem estruturada agrega valor ao currículo. Porém, além de paixão e aptidão, é interessante ter em mente onde as competências adquiridas poderão ser aplicadas. É importante considerar os custos dessa iniciativa, como investimentos em cursos ou viagens relevantes à nova carreira. 
Aqueles que pretendem deixar a vida de assalariados e serem donos do próprio nariz devem ter cuidado redobrado, pois entrar em campo desconhecido sem uma pesquisa prévia e profunda sobre a área é atirar no próprio pé. Fazer uma boa poupança para se garantir durante a fase de transição é um aspecto que deve ser levado em consideração.

Mudar de profissão pode ser opcional ou um impositivo: nova dinâmica de mercado, tecnologias mais complexas, reestruturação na empresa. A maior dificuldade é buscar um referencial de sucesso que não condiz com os próprios valores. Muitos se comparam a colegas ou personalidades que julgam bem sucedidas e constroem uma ilusão de felicidade que nunca conseguirão alcançar, pois a felicidade não está em ser igual aos outros, e sim em satisfazer os próprios anseios e objetivos. A angústia só passa quando percebemos o que nos faz mal, entendemos por que nos sentimos infelizes no emprego e buscamos soluções. A liberdade está em fazer algo que possibilite realização, em todos os sentidos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Livros virtuais gratuitos da Cultura Acadêmica


Por meio da Editora Unesp e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg), a UNESP disponibilizou 50 livros virtuais gratuitos no site http://www.culturaacademica.com.br/.

Os títulos integram o selo Cultura Acadêmica e dão continuidade a Coleção Propg Digital, que oferece obras inéditas para download.
Consulte o material e ajude a divulgar em suas listas.