terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Mulheres que mudaram (e fizeram) a História do Brasil

Retrato das personagens históricas e revolucionárias brasileiras, desde o século XVI até os dias atuais

Dandara foi uma guerreira negra fundamental para o Quilombo dos Palmares. Bertha Lutz foi a maior representante do movimento sufragista no Brasil. Maria da Penha ficou paraplégica e por pouco não perdeu a vida, mas sua luta resultou na principal lei contra a violência doméstica do país.
Essas e muitas outras brasileiras impactaram a nossa história e, indiretamente, a nossa vida, mas raramente aparecem nos livros. A obra Extraordinárias: Mulheres que revolucionaram o Brasil, da autoria de Duda Porto de Souza e Aryane Cararo, publicada pela Editora Seguinte, é resultado de uma extensa pesquisa, e que tem o objetivo de trazer reconhecimento às personagens históricas nacionais.
No livro, o leitor encontra os perfis de revolucionárias de etnias e regiões variadas, que viveram desde o século XVI até a atualidade, e conhece os retratos de cada uma delas, feitos por artistas brasileiras.
Segundo as autoras, o que todas essas mulheres têm em comum é a força extraordinária para lutar por seus ideais e transformar o Brasil.

208 páginas
Preço médio: R$ 60

Reconhece-se o monge pelo hábito

Obra revela os valores que deveriam pautar a conduta das mulheres castelhanas no trato de sua aparência

A Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar) está lançando o livro Vestidas e afeitas para serem virtuosas: as mulheres na Castela dos séculos XIV e XV, de Thiago Henrique Alvarado. A obra conta como as legislações laical e religiosa foram decisivas para o estabelecimento de regras que ajudaram a corrigir a aparência dos fiéis cristãos. A obra é o resultado da dissertação de mestrado desenvolvida por Alvarado, cujo tema surgiu das leituras, ainda na iniciação científica, dos escritos castelhanos do final da Idade Média.

"Embora a temática da minha pesquisa, na ocasião, fosse outra, esta impressão da importância das vestimentas no reconhecimento dos estados (termo que se referia aos grupos sociais) permaneceu e veio a ser retomada, posteriormente, na confecção do projeto de mestrado. Assim, ao direcionar as minhas leituras às vestimentas, fui levado a uma série de leis, comuns ao Ocidente medieval, denominadas pela historiografia de 'leis suntuárias'. Estas leis visavam à restrição, e mesmo à proibição em alguns casos, de certos objetos suntuosos, como as vestes, com o intuito de preservar a diferença entre os estados, evitar os excessos e estimular a modéstia. Entre os alvos dessas leis, sobressaíam as mulheres, acusadas com certa frequência de excessos e cuidados demasiados com a aparência", explica o autor.

Os principais pontos são referentes às relações intrínsecas que deveriam existir entre as vestes e os estados e entre as vestes e os corpos. "A preocupação com as vestes amparava-se na concepção tida por natural de que elas davam a conhecer o interior. Assim, em uma época em que as diferenças entre os estados deveriam ser expressas pela aparência, as vestimentas permitiam o reconhecimento à primeira vista do estado, da condição, da dignidade, da religião e do sexo da pessoa", diz Alvarado.

Ainda segundo o pesquisador, em relação às mulheres, o simples fato de trazerem a cabeça coberta permitia saber, por exemplo, se eram casadas ou não. Manter os cabelos soltos era permitido às mulheres casadouras (em idade e condições de casar). No entanto, alguns desses aspectos poderiam acarretar confusões entre os estados ou entre mulheres de condições distintas. "Preservar as diferenças era manter a disposição das coisas criadas por Deus, cabendo ao monarca corrigir as faltas dos seus súditos, o que ocorria, entre outros meios, pelo ordenamento de leis e da aplicação da justiça", destaca o autor.

Normativas
O autor também cita como curiosos os cuidados em detalhar as vestes, atribuir valores a todos os seus elementos, em explicitar atributos considerados naturais, que remetiam à criação e como eles traduziam exteriormente o interior da pessoa. Assim, as diferenças corporais entre mulheres e homens refletiam-se nas vestes. 

"O cuidado excessivo com as vestes e os adornos poderia gerar diversos pecados e males, como a vanglória, a luxúria e o dispêndio das rendas da casa, que ameaçavam não apenas a salvação delas, mas de todos ao seu redor. Faltas, portanto, que significavam muitas vezes um pecado e um crime, um desrespeito às leis humanas e à vontade divina, e que justificavam a correção e instrução das mulheres tanto por laicos quanto por religiosos, por meio das leis, da confissão e da pregação", conclui.

A pesquisa, desenvolvida sob a orientação de Susani Silveira Lemos França, docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), interroga como na Castela dos séculos XIV e XV, as vestimentas e os adornos femininos passaram a ser alvo de prescrições que visavam à sua moralização.

Assim, o objetivo do livro foi inquirir, a partir de um conjunto de escritos normativos e edificantes, valores e as regras que deveriam pautar a conduta das mulheres castelhanas no trato de sua aparência. 

O livro tem 216 páginas, e pode ser adquirido no site www.editora.ufscar.br, pelo custo médio de R$ 50. Em dezembro/2017, a EdUFSCar está comercializando a obra no valor promocional de R$ 38,40.

Alef: A verdade original

"O horizonte ruivo pintava de púrpura as águas plácidas do histórico celeiro, meio místico, meio mítico, de um dos berços da civilização. Tempo: 392 a.C. Espaço: Egito"

No romance mediúnico ditado pelo espírito Sophie à Elizabeth Pereira, o leitor mergulha no Antigo Egito, em companhia de Haemon - conselheiro do faraó Hakor; do guerreiro grego Proteu de Mileto; e da impetuosa egípcia Kyia. 
Em meio a câmaras mortuárias e monumentos majestosos, que escondem um enigma perdido, os personagens buscam a chave que dará acesso ao tesouro, pelo qual muitos deram a vida. A obra também conta um pouco da história dos essênios e de almas evoluídas, que atuaram na preparação do planeta para a vinda do Messias. Além disso, fala da contribuição dos habitantes de Capela na elaboração dos manuscritos do Mar Morto.
Em todas as épocas da humanidade, os detentores do poder utilizaram a religião para controlar as pessoas, estimulando a ignorância e o medo, e ocultando as verdades espirituais. Porém, Deus constantemente renova os caminhos de libertação das consciências. Já disse Jesus: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". 
Publicada pela Editora Vivaluz, a obra aborda princípios espíritas, como a lei de causa e efeito, mediunidade, programação pré-reencarnatória, origens da crença no paraíso perdido e outras lições do livro da Gênese, trazendo alguns fatos bíblicos pouco elucidados.
Sobretudo, o livro fala do amor incondicional de Jesus, que nos trouxe a Boa Nova, e tornou mais fácil a compreensão humana sobre Deus.  

Significado
Segundo a Bíblia, Alef possui dois significados, que são: o primeiro; e touro. A origem do nome Alef recebe na língua grega a representação de um desenho de touro, passando, para o hebraico antigo, à denominação Aluf, derivando posteriormente para Alef
Alef (Aleph) também corresponde à primeira letra do alfabeto hebraico. A Bíblia, inclusive, se refere a Cristo como o Alfa e o Omega; assim, no grego o Alef tem o nome de Alfa.

437 páginas
Preço médio: R$ 50

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Livro derruba conceitos tradicionais de empreendedorismo

 Obra será desenvolvida em plataforma, pela interação com leitores, que poderão também escolher a capa

Eduardo M. Borba acaba de colocar em prática mais uma inovação que resolveu tirar do papel: o lançamento de Empreinovador - O livro proibido do empreendedorismo. Mas, quem estiver interessado no conteúdo não será um simples leitor. É que, desde o dia 17 de novembro os leitores podem acessar - na plataforma criada www.empreinovador.com.br - os capítulos à medida que são finalizados pelo autor. A cada vinte dias, um novo capítulo é postado, e a previsão de todos serem publicados é até março de 2018.
No intervalo entre cada capítulo, os participantes poderão trocar impressões com o autor, avaliar os conteúdos e votar a melhor capa. "Somos moldados desde a infância em um modelo de pensar que pune severamente quem sai fora do padrão. Mas nesta inovação editorial todos serão bem-vindos e, porque não dizer, talvez algum depoimento ou troca de experiências pode mudar e muito no rumo do que tenho planejado para cada capítulo", revela Borba.

Passo a passo
Alguns dos títulos de capítulos mostram a verdadeira quebradeira de paradigmas instaurados no decorrer dos anos, com o surgimento dos "gurus" do empreendedorismo que criaram uma espécie de "A igreja do empreendedorismo", capítulo inicial do livro.
Uma das partes que promete maior polêmica é a que tratará sobre o tão cultuado "planejamento estratégico", que muitas vezes pode matar empresas e até as matrizes econômicas de muitos países, inclusive a do Brasil. Qual seria? É uma pergunta a ser discutida e descoberta com os leitores enquanto a obra é desenvolvida.
Após a postagem do último capítulo na plataforma, o livro irá ganhar versão impressa e, assim, o público poderá conferir qual foi o resultado da interação das ideias do autor com seus leitores . "O mundo ainda vai aprender muito com a empreinovação brasileira", finaliza Borba.

O autor
O catarinense Eduardo Borba era um típico executivo com cargos estratégicos, chegando a morar no Vale do Silício. Até que em 2009 sofreu uma estafa. Tirou um período sabático na sequência e em 2012 lançou os alicerces da chamada Inovação Natural.
Seu primeiro livro sobre o tema foi Inovação natural - a nova essência do mundo dos negócios, lançado em 2015, e que ganhou destaque no mundo empresarial tendo simpatizantes como Morongo (fundador da Mormaii) e Vinicius Roveda (Fundador da Conta Azul).
Ele fundou ainda o Instituto MOBI, que trabalha defendendo conceitos e ações em prol da economia criativa que movimentará cerca de 50% dos negócios do mundo até 2025, como a BeCauz, startup lançada pela MOBI que empodera os consumidores a destinarem metade do lucro de sua compra para a evolução humana.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Livro traz metodologia inovadora de planejamento estratégico para empresas

Publicação traz metodologia inédita de planejamento estratégico para empresas

Esta noite, a partir das 19h, Luis Rasquilha, CEO da Inova Consulting, e Marcelo Veras, CEO da Inova Business School, lançam o livro SBB - Strategic Building Blocks. A publicação traz uma metodologia inédita de planejamento estratégico para empresas, guiada pela lente das tendências e da inovação, que foi desenvolvida pelos sócios em 2016.
De acordo com Marcelo Veras, o SBB – abreviação aplicada ao título – traz um DNA de Futuro, Tendências e Inovação. "A fórmula tradicional foi concebida entre as décadas de 80 e 90, e esse é o roteiro que impera no mundo desde essa época. Nesse método, as empresas dedicam seu tempo para olhar para fora (mercado, economia, variáveis externas para seu negócio) e, posteriormente, para dentro, analisando forças e fraquezas. Ao final, há a matriz SWOT, pela qual as empresas montam seus planejamentos”, explica.
O SBB é dividido em três blocos grandes, por isso a nomenclatura: Audit: Estratégico, Carta Visão e Execução Estratégica. Na fase da Audit, é realizada uma auditoria estratégica, analisando a situação atual da empresa, projetos e apostas atuais, desafios atuais e futuros, e aspectos culturais. “No nível Carta Visão, realizamos uma overdose de tendências e futuro, as declarações institucionais da empresa são revisadas, e é definido um propósito máximo de diferenciação”, detalha Rasquilha. Por fim, na fase Execução Estratégica, ele diz que projetos são escolhidos e planos de ação começam a ser montados.

Projeção
A ideia da nova metodologia surgiu quando os sócios foram convidados para conduzir o planejamento estratégico do CPqD, empresa de Campinas, com mais de 1.200 funcionários, criada há mais de 40 anos, com foco na inovação em tecnologias da informação e comunicação. “Aquele modelo tradicional de fazer planejamento não ajudava a empresa a se projetar para o futuro, como queria a diretoria executiva. Precisávamos criar algo diferente e inédito. E é nosso dever disponibilizar essa metodologia inovadora a quem possa interessar”, complementa Rasquilha.
SBB - Strategic Building Blocks é uma publicação independente e será comercializada por R$ 59,90 (com frete incluso), pelo site www.inovaconsulting.com.br/sbb/

Serviço
Lançamento do livro SBB – Strategic Building Blocks
30 de novembro - das 19h às 21h
Local: Café Container - Rua Antônio Lapa, 1080 – Cambuí - Campinas

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Escravas de Atenas: mulheres sem direitos

Uma das premissas que permitia que a mulher pudesse ser vendida como escrava era se ela perdesse a virgindade antes do casamento

Na Grécia antiga, a mulher tinha patamares na sociedade, e isso determinava exatamente como seria tratada e sua segurança de vida. A esposa, que apenas vivia para sua família, sem contato nenhum com outros homens, era destinada a procriar e criar filhos legítimos.
A concubina era escrava, e livre ou não, ajudava seus senhores nas tarefas diárias. A prostituta, bem como em qualquer lugar, era responsável por fornecer o prazer aos homens e, assim, ajudava a preservar a castidade das mulheres puras e castas, vivia em casas que permitiam tal finalidade e não tinham garantia alguma de sobrevivência.
Uma das premissas que permitia que a mulher – considerada casta da sociedade – pudesse ser vendida como escrava era se ela perdesse a virgindade antes do casamento, mas, para Callíope, personagem do livro de Cindy Stockler, não foi assim. Uma grande confusão terminou em escravidão para a moça que acabara de se casar.
Numa viagem no tempo, Callíope – a escrava de Atenas traz de volta os monumentos, estátuas, cultura; e as ruas são detalhadas de uma forma viva e real. Além do romance, a obra permite uma imersão no contexto educacional com um apêndice explicativo sobre a época e costumes.

Rumos tortuosos
O orgulho e a raça das mulheres de Atenas se projetavam para além do desejo de construir uma família aos moldes da sociedade; elas mantinham a certeza de que aquela forma de viver as manteriam seguras.
Porém, com Callíope a história tomou outro rumo. Bonita, aos 15 anos foi entregue a um homem mais velho, conforme os costumes da época. Mas, em meio a confusão da Guerra do Peloponeso e ataques espartanos, e num revés inesperado, a jovem helênica é vendida como escrava.

“Tártaros queria “compensar” o patrão daquele gasto exagerado. Tão logo chegaram à casa, havia ele mesmo grosseiramente cortado os compridos e macios cabelos de Callíope rente à nuca para vender na ágora às ricas mulheres, para fazerem tranças. As outras escravas assistiram à cena onde a novata, ainda meio amedrontada, fora humilhada pelo capataz que, com brutalidade, lhe pegara os cabelos com uma das mãos, machucando-a, e com a outra passara um facão em linha reta, empurrando-a em seguida.

- Venha.... Eu a ajudo... – dissera uma escrava mais velha, apiedando-se da garota que, caída no chão, atordoada, mal conseguia se levantar”.

Longe da família, sem ninguém, não mais dona nem de seu próprio corpo, subjugada à ira do capataz que a odeia, sendo obrigada a ações humilhantes e assediada por ricos cidadãos que desejam seus “favores”, Callíope enfrenta o destino de cabeça erguida, em seu coração sempre prevalecendo a honra de seus pais.

Editora Letras do Pensamento
336 páginas
Preço médio: R$ 45

A autora
Cindy Stockler, romancista e advogada, é autora, entre outros, de “Operação Caipiroska” – romance que se passa em São Paulo. Especialista em ambientizar histórias em lugares singulares e detalhar cada peculiaridade da cultura, a escritora gosta de filmes e romances de época, além de viajar e conhecer as minúcias das grandes e pequenas cidades no Brasil e no mundo - o que contribui para suas idéias e seus romances.

O livro de Jô acaba de chegar

 Em seu aguardado livro de memórias (desautorizadas!), 
Jô Soares revela os bastidores da própria vida 

Prestes a completar 80 anos (em 16 de janeiro) e com verve mais afiada do que nunca, "José Eugênio" (Jô) Soares, escritor, humorista e ex-apresentador, compartilha sua trajetória de astro midiático num livro de memórias escrito para fazer rir, chorar e, sobretudo, não esquecer.
O título, lançado pela Companhia das Letras, foi desenvolvido com o apoio do jornalista e editor Matinas Suzuki Jr. e sairá em dois volumes. O primeiro resgata fatos, lugares e pessoas marcantes da juventude do artista, e reconstitui seus primeiros passos no mundo dos espetáculos, nas décadas de 1950 e 1960. Já o segundo deve sair só no final de 2018.
O livro de Jô está à venda na Cultura, Cia dos Livros, Amazon, Livraria da Folha, Livraria da Travessa e Saraiva. A versão ebook também está disponível: Amazon, Cultura, Google Play, iBooks e Kobo.

1º volume: 384 páginas
Preço médio: R$ 50

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dia da Consciência Negra: obra indicada ao Jabuti é dica de leitura

Título reconta a história do Quilombo dos Palmares com uma nova roupagem

No dia 20 de novembro, o Brasil relembra suas raízes e a herança do povo negro com o Dia da Consciência Negra. Instituída no dia de falecimento de Zumbi dos Palmares, o último líder do Quilombo dos Palmares, a data é uma oportunidade para refletir sobre as condições impostas aos negros, da época da escravidão aos dias de hoje, e como estes estão inseridos em nossa sociedade.
Assim, a Editora Moderna sugere a leitura de uma de suas obras indicadas ao Prêmio Jabuti 2017: Um grito de liberdade – A Saga de Zumbi dos Palmares, dos autores Álvaro Cardoso Gomes e Rafael Lopes de Sousa. A obra foi um dos títulos selecionados na primeira fase da premiação, na categoria juvenil. 
Com uma mistura de elementos fictícios com fatos históricos, o título confere novos contornos para o passado e promete envolver os jovens leitores ao mesmo tempo em que explora acontecimentos da história do Brasil.
Com muita ação, lutas sangrentas e atos de heroísmo, o livro procura resgatar a história do último líder quilombola do período colonial, contando a história de um jovem escravo, batizado como Francisco. Na companhia de um padre, seu protetor, o protagonista aprendeu a ler, a escrever e tem regalias que seus companheiros não têm, porém, almeja conquistar o bem que considera mais precioso – a liberdade. Isso faz com que ele fuja em busca do reino dos negros, em Palmares, lugar que acolhe negros fugidos. Perseguido como uma fera por caçadores de escravos, Francisco terá que mostrar toda sua coragem para conseguir o que deseja. 
Na história, o leitor também acompanhará o drama da jovem Kênia, uma escrava recém-chegada da África e que se apaixonará por um forte guerreiro chamado Vemba. No reino quilombola, estes personagens farão de tudo para manter acesa a chama da liberdade.
Autores

Álvaro Cardoso Gomes é professor Titular da USP, Coordenador do Mestrado Interdisciplinar da Universidade de Santo Amaro, crítico literário e romancista. Autor de A hora do amor, Para tão longo amor, O poeta que fingia, Memórias quase póstumas de Machado de Assis, esses dois últimos contemplados com o prêmio Jabuti.

Márcia Abreu é professora de Literatura no Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. Ela escreveu vários livros, capítulos de livros e dezenas de artigos. Mas o que ela gosta mesmo é de contar histórias. Já publicou Morrer Amanhã (FTD, 2014) em que conta a vida de Álvares de Azevedo, um poeta brasileiro que vivia em São Paulo no século 19.

Rafael Lopes de Sousa é historiador e professor no programa de mestrado interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade de Santo Amaro. Suas pesquisas têm como foco a juventude brasileira e suas diferentes formas de expressão. Mineiro de Canoeiros, Rafael Lopes de Sousa é autor dos estudos O movimento hip hop: a anti-cordialidade da 'república dos manos' e a Estética da violência; e Punk: Cultura e protesto.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Livro aborda temática do preconceito com obesos

Preconceitos e dificuldades de aceitar o próprio corpo são alguns ingredientes do enredo 

Odiava me olhar no espelho e ver aquela cara gorda me olhando de volta, de ter o mundo todo me julgando porque eu lutava para me enfiar em uma calça tamanho 48. Eu odiava os números na balança e tudo que vinha com eles: a dificuldade para caminhar, o fato de não caber direito na carteira da escola, o bullying, minhas inseguranças. Eu tinha nojo da minha fraqueza, me desprezava pela minha forma. Eu não estava feliz.
No romance Amor Plus Size, Larissa Siriani, autora da editora Verus (Record), tem a intenção de revolucionar o conceito de beleza e instigar as mulheres a se aceitarem como são. Ela fala do impacto do bullying na vida das pessoas gordas, sobre como é difícil a auto-aceitação do corpo e como pode ser agressivo o comportamento das pessoas em relação ao tema. 
Larissa pontua ainda que cresceu sem modelos de corpo iguais ao seu e isso dificultou sua aceitação ou mesmo não tinha ninguém em quem se espelhar, por isso resolver escrever a história de uma personagem que está em busca do autoconhecimento.

Novo padrão
Maitê Passos é uma garota linda, de dezessete anos e mais de cem quilos. Teve uma infância e adolescência sendo consumidas pelo peso e sofre por um amor impossível, uma vez que o garoto é popular na escola. Ainda tem a mãe que se preocupa o tempo todo com dietas.

Eu só queria que, para variar, ela me colocasse para cima, me fizesse sentirbem em vez de um enorme desperdício de gordura. Queria que ela não cobrissecada elogio com cinco críticas, seguidas de seus conselhos sabichões.

Certo dia, em busca de consolo na amizade com o Isaac que, para animá-la, a convida para um passeio no Parque do Ibirapuera, onde, acompanhado de sua câmera, consegue fazer alguns cliques de Maitê.
Sua vida incompleta muda completamente quando as fotos tiradas caem nas mãos certas, de um agente de modelos plus size, e ela descobre que não precisa ser igual a todas as outras meninas para ser feliz e reconhecida.
Após aceitar a proposta de trabalho como modelo plus size e sair em uma das mais importantes revistas do país, ela se vê longe de ser a gordinha invisível, Maitê agora é a garota mais popular do colégio. E ganha até o amor de quem nem a notava.
Amor Plus Size vai impressionar e incentivar as mulheres com a jovem fora dos padrões construindo uma jornada incrível de autoconhecimento, aceitação e empoderamento, enquanto descobre seu lugar no mundo.

Poeta e cronista português estreia no Brasil

Gabinete de Curiosidades marca a entrada de Luís Filipe Sarmento no mercado editorial brasileiro

Poemas, ensaios e manifestos que retratam a relação do homem com o mistério da existência. Essa é a natureza do conteúdo presente no livro Gabinete de Curiosidades do autor português Luís Filipe Sarmento, um dos nomes mais importantes da poesia, da prosa e da crônica portuguesa na contemporaneidade. A obra chegou ao país no último dia 6, e já está disponível nas principais livrarias das capitais e regiões metropolitanas do Brasil.
Publicada editora paulistana Landmark e está dividida em três partes. A primeira, intitulada Generalidades possui 24 poemas. A segunda, nomeada Hipermodernidades, conta com 24 textos formatados em pequenos ensaios, manifestos e panfletos. Já a terceira e última recebe o título de Raridades, que consiste em uma ficção com 24 micro capítulos. Trata-se de uma obra híbrida onde se reconhecem vários gêneros literários.
De acordo com o autor Sarmento, Gabinete de Curiosidades é fruto de uma ideia original. A obra é resultado de uma sucessão de pesquisas realizadas em seu país de origem. Aparentemente provocador, belicoso, agressivo, o livro acaba numa história de amor sem história como recusa de uma sociedade castradora e violadora da condição humana. Trata-se de um gabinete onde se recolhem fenômenos extravagantes que constituem o cotidiano da nossa existência.
É ainda a relação do homem com o mistério da existência, da ficção divina como um imperativo de verdade e a partir da qual o lugar que é dado à corrupção dos espíritos, à maldade, à vingança, ao ódio. O exercício da linguagem para além do próprio argumento; a observação minuciosa dos detalhes e dos humores que despertam.

Novidade
“Depois de fazer algumas pesquisas em Portugal percebi que nunca se tinha produzido um livro neste formato. Há várias abordagens sobre o mesmo tema. Poesia, Ensaio e Ficção. Foi um desafio interessante e estimulante,” pontua Luís Filipe, que já publicou mais de 22 obras e traduziu mais de 100 livros.
Sobre a estreia no país, o escritor promete repetir o sucesso que obteve no cenário editorial português. Sua meta principal é conquistar as mentes e corações dos leitores brasileiros. “Acredito fielmente na competência da editora Landmark para que Gabinete de Curiosidades chegue o mais longe possível, que seja bem aceito pela crítica, mas, sobretudo, pelos leitores exigentes do Brasil”, finaliza.

Autor sueco lança terror psicológico


Obra conta com referências pop em atmosfera aterrorizante

“A não ser pela respiração de Carina e pelo cantarolar de Emil, o silêncio é total. Ele olha de relance para o relógio: quinze para as sete. Um acampamento de trailers nunca é silencioso. Há sempre o zumbido do maquinário. Mas não agora. O lugar parou de respirar”.
John Ajvide Lindqvist, autor considerado por jornalistas britânicos como “a resposta sueca ao Stephen King”, apresenta em Estou atrás de você, lançamento do selo Tordesilhas, uma obra de terror com a marca estilística noir escandinava. 
A história começa com um lindo dia no acampamento, o céu está azul e a grama é farta e verde, mas algo está errado. Ontem havia vozes felizes, fumaça de churrasco e mosquitos. Agora tudo se foi! O acampamento, o lago e até o sol. Tudo que resta é um campo de grama infinito, quatro trailers, oito adultos, duas crianças, um cachorro e uma gata. Em seus aparelhos de rádio tocam estações de música nacional, mas eles não conseguem sinal de celular. O GPS de seus veículos também não funciona, e o tempo nesse descampado parece se mover em uma velocidade diferente. 
Diante da incredulidade de tal cenário e da busca por sentido, figuras estranhas começam a aparecer. Primeiro distantes. Silenciosas. Mas logo cada um se vê cercado das aparições de seus piores medos. O pânico instala. E enquanto alguns ajudam um ao outro, outros lutam com a própria loucura na busca por sentido. Um deles, inclusive, acredita que tudo acontece apenas em sua cabeça. Mas não, isto é horror. E esta terra artificial é de medo. 
Com estilo inteligente e ritmo aguçado, o autor é especialista em construir com estilo próprio uma atmosfera aterrorizante. O resultado é “um delicado equilíbrio entre macabro e tocante”, como afirmou o jornal britânico Sunday Telegraph.  

Sobre o autor
John Ajvide Lindqvist nasceu em Estocolmo, na Suécia, em 1968. Trabalhou como mágico, comediante stand-up, dramaturgo e roteirista de TV. Hoje é um romancista bem-sucedido e reconhecido internacionalmente. Com livros publicados em 29 países, coleciona fãs e críticas elogiosas pelo mundo inteiro. Pela Tordesilhas, publicou Melodia do mal (2014), A maldição de Domarö (2013) e Mortos entre vivos (2011). 

Livro traz história baseada em K-drama asiático

Os doramas estão cada vez mais frequentes no Brasil, porém, essa curiosa cultura não é tão popular. Eles são caracterizados por um formato diferente de novela, devido a dinâmica de como se desenvolvem as histórias. 
O K-drama se encaixa nas categorias dos doramas asiáticos, dentre eles tem também, J-drama (japonês), W-drama (taiwanês) e C-drama (chinês); e está entre as melhores produções de doramas - a dramatização necessária é a parte mais nítida dos coreanos.
Apaixonada pelos dramas vindos da Coréia, Gaby Brandalise se dedicou a escrever uma novela em forma de livro. Deu vida aos personagens e captou muito bem a dramatização dos K-dramas. Em Pule, Kim Joo So, a autora conta a aventura entre uma brasileira e um coreano, que se envolvem de uma forma bastante dramática e magnética.


Enredo
Fiel à dramaticidade do estilo do K-drama, a autora faz com que os personagens levem o leitor das gargalhadas às lágrimas em questão de linhas. A intenção dela era que os protagonistas não parassem de se mover, como em um roteiro, e as pessoas tivessem a sensação de estar “assistindo ao livro”. Além das frases curtas que aceleram os passos da narrativa e deixam sem fôlego.
O romance entre Marina e Kim Joo So começa com muitas aventuras, desejos, violência e perseguição. A brasileira e o coreano se encontram de forma inusitada no aeroporto, machucados física e emocionalmente, e começam uma história de amor.
Brandalise insere palavras, estilos e costumes do país que representa um dos três tigres asiáticos. Ao dar o play nessa história, o leitor também se sentirá completamente imergido no mundo K-pop, assim como nos sentimos ao ler o manuscrito pela primeira vez. O romance entre Marina e So não é apenas uma história: é uma aventura do começo ao fim, mas, em lugares opostos do globo eles têm uma vida muito semelhante, ambos presos aos próprios enredos, medos e deslizes.
Publicada pela Verus – Grupo Record, a obra é uma das poucas homenagens a essa cultura, que se expande cada vez mais e encontra vertentes até aqui no Ocidente.

A autora
Gaby Brandalise é jornalista, escritora e tem um canal no YouTube. Começou escrevendo fan fictions de cantores, bandas e seriados. Depois, partiu para romances, crônicas, artigos, poemas e até músicas. Ela tem um gatinho chamado Gandalf, e considera-se viciada em dramas coreanos, kpop e pasta de amendoim.

Autora lança obra infanto-juvenil em Campinas


A garota das sapatilhas brancas fala sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

No último dia 11, a escritora Ana Beatriz Brandão lançou sua nova obra A Garota das Sapatilhas Brancas, pela Verus Editora, do Grupo Editorial Record, na Livraria Leitura do Campinas Shopping, em Campinas. O evento contou ainda com bate-papo mediado por Michelle Lopes, do blog Clarices e Marias.
Spin-off de O Garoto do Cachecol Vermelho, que já está na quinta edição, este segundo romance da autora e quarto livro já publicado, mostra, através das lembranças de diversos personagens já conhecidos e amados pelo leitor, como decisões podem afetar o destino. E os fãs já podem preparar os lenços novamente porque a trama é cheia de emoções.
Na história, Daniel Lobos vive a vida plenamente. Dono de um coração enorme, o jovem divide seu tempo entre duas paixões: a música e as causas sociais. Até que seu caminho cruza o de Melissa, uma bailarina preconceituosa e mesquinha, que põe à prova aquilo em que ele mais acredita: que todo mundo merece uma segunda chance.
Diferentemente do que acontece em O Garoto do Cachecol Vermelho, agora os leitores irão acompanhar o outro lado da história, que é o de Daniel, portador de uma doença degenerativa sem cura, a Esclerose Lateral Amiotrófica, mais conhecida como ELA.
Vítima da mesma doença do pai, ele tenta se desviar dos familiares que tanto fazem perguntas sobre seu estado enquanto faz de tudo para arrancar sorrisos de Melissa. Quando ele propõe a ela o plano de passar dois meses juntos para que ela passe a ver a vida de forma diferente, a aproximação entre os dois se torna inevitável. Agora, nada mais será como antes.
Parte dos direitos autorais deste livro será doada para instituições ligadas à esclerose lateral amiotrófica (ELA). As doações, que contam com o apoio da Verus Editora e do Grupo Editorial Record, irão para o Instituto Paulo Gontijo e a Associação Regional de Esclerose Lateral Amiotrófica (ARELA-RS). Os leitores de O Garoto do Cachecol Vermelho também continuam contribuindo para a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABRELA).

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Livro revela os meandros da operação Lava-Jato

Na obra O jogo sujo da corrupção, o professor e jurista, Luiz Flávio Gomes, utiliza como pano de fundo a Lava Jato, onde detalha os meandros e malandragens instalados no espectro do sistema político-empresarial corrupto. Para ele, a operação é a maior inovação que já existiu na justiça criminal brasileira. 
"A Lava Jato é a maior revolução do País, pois vem investigando e prendendo as classes corruptas mais poderosas, que sempre se julgaram intocáveis”, ressalta Gomes. O jurista prossegue salientando que este grupo jamais havia sido perturbado antes. “A operação já recuperou bilhões de Reais para o patrimônio público, e isso é um fato histórico”, alega. 
"Mesmo assim, forças corruptas e parasitárias têm feito de tudo para tentar derrubar o processo. Para ter uma ideia, este grupo desvia dos cofres públicos R$ 600 milhões por dia! Em termos comparativos, o PCC, a maior organização criminosa do Brasil, fatura R$ 300 milhões por ano”, revela o jurista. 
Além disso, Gomes argumenta que a Lava Jato não morreu devido ao apoio popular. “Em pesquisas recentes vimos que a operação conta com apoio de 85% da população; o que ainda é uma exceção – deveria ser regra”, aponta.

Movimento
Gomes também é idealizador do Movimento #QueroUmBrasilÉtico, por meio do qual pretende indicar os caminhos para uma transformação efetiva do Brasil, em prol de uma realidade mais ética e cidadã. 
Questionado sobre a recente pesquisa de intenção de voto, divulgada pelo Datafolha, onde Lula e Bolsonaro aparecem com 35% e 18%, respectivamente, Gomes avalia: “Isso é um reflexo do sentimento de indignidade da população, que está extremamente insatisfeita e irritada com a política nacional. As opiniões indicam que as pessoas acabam votando no ‘salvador dos pobres’, como o próprio Lula se denomina; ou no ‘salvador da pátria’, título adotado por Bolsonaro. O povo busca uma espécie de abrigo, alguém que acredita que fará algo por ele”, argumenta. 

Sobre a enxurrada de partidos políticos sendo lançados, Gomes diz que isso é normal, e faz parte da democracia. “É preciso que todos estejam atentos à cláusula de barreira, que determina que cada partido tenha, pelo menos, 1,5% do eleitorado. Se não atingir este patamar, estará fora”, resume.
“A mudança está nas mãos da população, e tudo depende da conscientização. O povo não quer mais ir para as ruas, porém, na internet está muito antenado. Em meu livro também indico a saída do buraco, que é justamente o voto. Nós podemos fazer a diferença, a faxina, e dar chance para novas lideranças”, arremata Gomes. 
O livro foi lançado pela Astral Cultural, tem 288 páginas e preço médio de R$ 40.

Palestra
No dia 16 de outubro, Gomes esteve em Indaiatuba, onde proferiu palestra com o tema do livro. Na ocasião, ele mostrou os caminhos para uma transformação efetiva do Brasil, em prol de uma realidade mais ética e cidadã.
Implodir para reconstruir, cidadania vigilante, voto-faxina, foram alguns dos temas tratados. "O intuito foi interagir com o público e despertar reflexões profundas", finaliza o jurista.

Autor premiado lança romance esta semana



Esta semana, o escritor Tiago Feijó irá lançar seu romance de estreia, Diário da casa arruinada, pela editora Penalux. O autor, que escreveu também os contos Insolitudes,  já ganhou três prêmios literários.
O primeiro romance de Feijó aborda a sutil ruína de uma vida. Tudo começa com um homem que decide parar de fumar. Para incentivar-se, ele resolve criar um diário de ex-fumante. Mas o cigarro, anunciado estopim do projeto literário, aparece só no final da sétima página. Este detalhe pode ser a primeira de muitas pistas que indicam como a proclamada narrativa do abandono do vício se revela, na verdade.
O protagonista é Quim, jovem formado em letras que revisa artigos e escreve uma coluna sobre literatura no jornal de uma pequena cidade, não nomeada mas inspirada em Guaratinguetá. Casado com a artista plástica Madalena, é pai da pequena Selene. Apaixonado por livros, Quim é um escritor frustrado, que abandonou as tentativas de rabiscar sonetos e um romance imaginado mas nunca iniciado ainda na adolescência. 
Sua única família sempre foi seu pai, com quem diz gostar de passar o tempo. Os dois foram abandonados pela mãe, de quem Quim diz não ter rancor. Mas o protagonista nos diz muitas coisas no papel. Seus devaneios enquanto escreve nos falam outras, em narrativa formada por pensamentos que por vezes conflitam com os próprios escritos.
Tudo parece oculto sob uma espessa cortina (como se Quim, tendo largado o cigarro, não conseguisse se livrar da fumaça que embaça a visão do que se passa na sua casa, na sua vida); o questionamento sobre o cigarro indica que o abandono do hábito que sequer o aflige pode ser só uma desculpa para escrever. E a retomada do sonho juvenil não parece ter qualquer relação com prazer, o que, aliás, é um dos eixos do livro.
Quim revela ainda uma suposta crise no casamento com Madalena. O ardor, aparentemente, deu lugar à tepidez. Porém, não há brigas, gritos, desabafos. É na ausência das palavras e em conversações e comportamentos contidos que se evidencia a fissura encontrada pelo personagem em sua bolha familiar.

Viagem interior
 “A linha que me guiou é de um homem que não quer ver o que está diante de si, e precisa da escrita. Ele pensa numa escrita que vai revelar coisas que não consegue ver sozinho, ou não quer ver”, conta o autor. É como se os escritos tomassem vida própria, guiando Quim numa viagem para dentro de si. 
Em Diário da casa arruinada nada é anunciado, explicitado. A sutileza é a mola mestra que guia o leitor para um destino cujo teor horripilante contrasta com a brandura do caminho. O Quim de Tiago Feijó surpreende porque entra num inferno da alma quase sem perceber como é que chegou lá.

O autor
O romance será lançado dia 10, às 19h, no Salão de Exposição Cultural, no Centro de Guaratinguetá, onde vive o autor. No dia 12, o lançamento será durante a Balada Literária, no B_arco Centro Cultural, em São Paulo. 
Tiago Feijó, 34 anos, nasceu em Fortaleza (CE) e cresceu em Guaratinguetá, no interior paulista. Formado em letras clássicas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), lançou em 2015 seu livro de estreia, Insolitudes (contos). A obra lhe rendeu o Prêmio Ideal Clube de Literatura de 2014 (quando o livro ainda era inédito) e o Prêmio Bunkyo de livro do ano 2016.  Em 26 de outubro, o autor também ganhou o prêmio Sesc/DF de Contos Machados de Assis com um conto inédito.

Livro aborda o fenômeno do cyberbullying de alunos contra professores


O livro Cyberbullying contra professores: dilemas da autoridade dos educadores na era da concentração dispersa, lançado pela Edições Loyola, oferece reflexões importantes à compreensão e ao enfrentamento de problemas cruciais no cenário atual da educação, como a prática da violência de alunos contra seus educadores. 
Fruto de pesquisas realizadas desde 2008 por Antônio Álvaro Soares Zuin, docente do Departamento de Educação (DEd), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), traz estudos das transformações históricas na autoridade do professor. Já no primeiro capítulo, o autor se dedica à análise do conceito de autoridade ao longo do tempo, desde a Antiguidade greco-romana, em diálogo com diversos autores. Em seguida, Zuin apresenta um capítulo que define o conceito de cyberbullying, destacando a particularidade da permanência do fenômeno relacionado ao bullying. 
"Em relação ao bullying, é consenso que não se trata de agressões isoladas e/ou esporádicas, mas sim da repetição de um comportamento. No entanto, no cyberbullying essa repetição não é necessária: uma vez publicada uma imagem depreciativa na internet, ela estará lá para sempre, sendo replicada e, muitas vezes, tornando-se viral", explica o pesquisador. Ele destaca ainda como essa permanência pode aumentar o sofrimento da vítima da agressão.
Além das reflexões teóricas, são analisados seis vídeos de cyberbullying, sendo três brasileiros e três de outros países (Portugal, Estados Unidos e Inglaterra), onde Zuin propõe o conceito de "concentração dispersa" para compreender como a atenção nunca permanece fixa em um ponto por mais de alguns segundos, e a capacidade de concentração é tão radicalmente transformada a ponto da dispersão tornar-se parte da sua constituição. 
O pesquisador destaca, de um lado, como essa configuração mina a autoridade do professor, já que as informações, antes concentradas em sua figura, agora podem ser obtidas mais rapidamente em uma busca no Google. De outro, defende que essa "autoridade da tecnologia" pode estar no cerne da violência de alunos contra professores. 
"O professor, historicamente, é a figura responsável por manter os alunos concentrados em uma determinada informação, e pela disciplina. Atualmente, porém, essa concentração é dolorosa, fica cada vez mais insuportável ler um livro ou qualquer texto um pouco maior. O prazer está nas telas, principalmente do celular e, por isso, a agressão é voltada justamente àquele que obriga à concentração", resume.
Por outro lado, o autor garante que a figura do professor não está fadada a desaparecer. "No livro, eu defendo que professores e alunos podem estar juntos no uso da novas tecnologias, com o professor atuando como um mediador de relações conceituais, já que o simples acesso às informações não garante o processo formativo. É preciso estabelecer relações entre essas informações, e o professor pode ser a figura que estimula o estabelecimento dessas relações, do qual emergem novas relações conceituais e pessoas e novas formas de aprendizagem", conclui o pesquisador.


168 páginas
Preço médio: R$ 26

Obras fundamentais para estudos pré-vestibulares

Em períodos do Enem e vestibulares, é sempre válido recorrer às obras clássicas, muito requisitadas nos exames. Por isso, o Aventura na Leitura separou alguns títulos que, com certeza, fazem parte dos estudos de quem pretende entrar na universidade. 
A Editora Edipro, por meio do selo Via Leitura, tem vários livros no catálogo - confira:

Sonetos (Luís de Camões)
Este livro reúne 65 sonetos do índice básico da lírica de Camões, selecionados por meio de uma detalhada pesquisa junto às mais destacadas produções acadêmicas sobre a obra do autor. Além dos sonetos do índice básico, foram incluídos outros 13. 
Preço: R$ 21,90


Papéis avulsos (Machado de Assis)
Esta edição tem texto integral e traz notas explicativas para os termos não usuais, para facilitar a compreensão da obra. Publicado em 1882, Papéis avulsos é uma coletânea de contos de Machado de Assis. A obra marca o início da fase realista do autor, em que se distancia das influências românticas observadas em seus trabalhos anteriores. 
Preço: R$ 28,90

O cortiço (Aluísio Azevedo)
A obra põe olhos sobre os marginalizados: lavadeiras, trabalhadores braçais, malandros e viúvas pobres. O olhar darwinista do autor posicionou o romance como a expressão máxima do Naturalismo na literatura brasileira. O cortiço é um retrato das mazelas sociais que atingiam a capital do Império, sob a visão cientificista de um escritor que levou ao extremo a estética realista da época. Uma obra que continua atual, tanto em sua temática quanto em sua linguagem.
Preço: R$ 26,90


Memórias póstumas de Brás Cubas
Edição com texto integral, e inclui notas explicativas para os termos não usuais. Com este livro, em 1881, Machado de Assis inaugura o Realismo no Brasil. A essa trajetória, Machado empresta o domínio da narrativa. Suas inovações literárias afastam-no de qualquer autor de sua época, alçando-o ao patamar de mestres da literatura universal, como James Joyce e William Shakespeare, e ao posto de maior expoente das letras brasileiras.
Preço: R$ 24,90

Iracema (José de Alencar)
Este livro faz parte da trilogia indianista de José de Alencar – que inclui ainda O guarani e Ubirajara – vertente da literatura romântica brasileira que buscou valorizar os temas e a língua nacionais. Escrito em 1865, é um clássico brasileiro protagonizado pela “virgem dos lábios de mel”. Esta edição tem texto integral e também traz notas explicativas.
Preço: R$ 24

Coração, cabeça e estômago (Camilo Castelo Branco)
Edição integral, com notas explicativas para os termos não usuais, para facilitar a compreensão da obra. Escrito em 1862, Coração, cabeça e estômago é um romance que narra a biografia de Silvestre da Silva, o qual, após morrer endividado deixa os manuscritos de sua vida como herança a um amigo. A obra é essencialmente metalinguística, uma vez que se trata de como a personagem Silvestre da Silva compôs o próprio livro. 
Preço: R$ 27,90

A Coleção luso-brasileira, com o selo Via Leitura, da Editora Edipro, conta com 19 títulos da literatura Brasil/Portugal. Confira as outras obras:

Til (José de Alencar)
Uma fazenda do interior paulista do século XIX é o palco da estória de Til. Escrito em 1872, o romance retrata os costumes e a linguagem da vida rural da época, marcada pela escravidão e pela disputa de poder. (R$ 26,90)  

Viagens na Minha Terra (Almeida Garret)
Em um dos clássicos mais importantes da literatura portuguesa, que marca o nascimento do romantismo e da prosa literária moderna, o autor narra sua viagem de Lisboa a Santarém, citando paisagens e tradições de sua terra natal, além de reflexões sobre a guerra, a política e a condição social e humana dos portugueses. (R$ 25,90)

O Alienista (Machado de Assis)
O alienista é um clássico literário sobre a psiquê. Qual é o limite entre a loucura e a sanidade? Até onde a ciência é capaz de desvendar a mente humana? Essas são as questões centrais desta obra publicada originalmente como folhetim na revista A estação. O livro traz o melhor da ironia machadiana. (R$ 17,90)
 
Memórias de Um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida)
Este romance da época do Brasil de D. João VI marca a transição do Romantismo para o Realismo. A descrição de fatos relacionados à cultura e ao comportamento popular, características fundamentais da obra, é marcada por intenções críticas contra a hipocrisia, a venalidade, a injustiça e a corrupção social. (R$ 24,90)
 
Macunaíma, o Herói Sem Nenhum Caráter (Mário de Andrade)
Macunaíma é a obra-prima de Mário de Andrade. Publicado em 1928, o livro tem uma estrutura inovadora, sem ordem cronológica ou espacial. Esteticamente, remete a estilos de vanguarda, como o Dadaísmo, o Futurismo, o Expressionismo e o Surrealismo, e representa o multiculturalismo brasileiro, cultuado pelo movimento da Antropofagia. (R$ 28,90)
 
Lucíola (José de Alencar)
Trata-se de um romance urbano. Publicado em 1862, é uma obra de crítica à sociedade da então capital do Império do Brasil, o Rio de Janeiro. Narrada em forma de carta, a figura romântica eixa de ser o índio, a natureza; e foca-se no universo das cortesãs e dos homens abastados da Corte. Neste livro, José de Alencar inspira-se em A dama das camélias, de Alexandre Dumas, para criar um enredo repleto de tramas amorosas e com um desfecho surpreendente. (R$ 27)
 
Dom Casmurro (Machado de Assis)
Um dos romances mais representativos da literatura brasileira. Amizade, ciúme, adultério, paixão, rancor, amargura e ironia. Nesta obra do Realismo, nota-se uma fixação pelo olhar dúbio de Capitu, que era extremamente objetiva e tinha força de caráter; a jovem conduz toda a ação, apesar de a trama romanesca predominar. Com certa influência teológica, referências a alguns santos, à igreja, pois Bentinho, o narrador, estuda por certo tempo no seminário, e sua mãe é extremamente beata, a história trata das intempéries da vida dele contadas por ele mesmo. (R$ 23,90)
 
Contrastes e Confrontos (Euclides da Cunha)
A primeira edição de Contrastes e confrontos reuniu, em 1907, artigos de Euclides da Cunha publicados originalmente na imprensa, e que compunham um retrato dos primeiros anos da República, no qual Cunha expõe sua visão a respeito de figuras históricas, como o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, e de questões sociais que acompanham o país até hoje. Esses textos, além de valorosos como registro da História, trazem à luz os posicionamentos de um dos maiores escritores e jornalistas brasileiros. (R$ 29,90)

Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente)
Esta peça teatral do primeiro dramaturgo lusitano, é uma alegoria de duas barcas – uma que segue para o inferno, outra, para o paraíso – e satiriza os tipos sociais de Portugal. Uma encenação do século XVI, em um país que alargava seus horizontes em direção à América e ensaiava sua transição da Idade Média para o Renascimento. Em cena, o Diabo e o Anjo julgam as almas daqueles que tentam embarcar. É um clássico do Humanismo Ibérico e uma sátira social que se mostra atemporal. (R$ 19,90)
 
Amar, verbo intransitivo – Idílio (Mário de Andrade)
Fraülein, a professora de amor, é uma heroína independente em um mundo masculino. O enredo arrancou aplausos de modernistas e críticas de conservadores em 1927. Ao tocar em tema tão polêmico, a presente obra atrai até hoje o interesse dos leitores. Em 1975, o livro inspirou o filme Lição de amor, de Eduardo Escorel. (R$ 27,90)

A relíquia (Eça de Queirós)
Romance realista, foi publicado pela primeira vez em 1887. Nesta obra, Eça de Queirós coloca em questão a religiosidade de um país profundamente católico, como lhe parecia Portugal. Autor de Os maias, O primo Basílio e O crime do padre Amaro, entre outros clássicos da literatura portuguesa, Eça compôs em A relíquia uma obra polêmica, de forte crítica social, e ainda assim recheada de humor. (R$ 27,90)

A Farsa de Inês Pereira (Gil Vicente)
Esta peça, apresentada primeiramente a Dom João III, rei de Portugal, é considerada a mais divertida, complexa e humanista de Gil Vicente. Com aspectos histórico, social e linguístico, o teatro poético de Gil Vicente proporciona uma reflexão acerca das mentalidades medieval e pré-renascentista, trazendo à luz uma sociedade em transição. Empregando ironias, paródias, trocadilhos e insinuações apimentadas, o autor mostra sua versatilidade de linguagem. (R$ 19,90)