quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Laurentino Gomes


O autor, vencedor de 4 prêmios Jabuti, lança o livro que encerra 
a trilogia sobre a História do Brasil 

  Quando iniciou suas pesquisas sobre a História do Brasil, pelos idos de 1997, Laurentino Gomes não imaginava a repercussão que sua obra teria no mercado literário. O primeiro livro, lançado em 2007, deveria chamar-se inicialmente ‘Segredos da Corte’, pois tratava da vinda da família real portuguesa para a colônia, o Brasil. Como o fato se deu no ano de 1808, este acabou sendo o título do livro que deu início a trilogia.

  Nos anos seguintes, Laurentino continuou suas pesquisas e, em 2010, nasceu ‘1822’. De acordo com o jornalista, “este foi mais trabalhoso e angustiante”, e afirma ainda que é preciso entender o que é um historiador: “O desafio do meu trabalho é realizar uma pesquisa profunda, o que, aliás, eu gosto muito de fazer, pois quando a gente se encanta com a descoberta, passa isso para o leitor”, declara. Sobre as pesquisas de dados históricos, ele garante que levou cerca de três anos para cada livro. 

  O terceiro livro da trilogia foi lançado recentemente. ‘1889’ narra vários momentos que antecederam a Proclamação da República, como a Guerra do Paraguai e o movimento abolicionista, além de passar pelos primeiros anos da República Velha. "A divergência entre monarquistas e republicanos fez com que a narrativa dos acontecimentos fosse difícil, pois há versões muito contraditórias. Uma delas diz que o marechal Deodoro da Fonseca entrou no pátio do Ministério da Guerra e deu um 'viva' ao imperador. Outra, diz que, em vez de anunciar a mudança de regime, teria dito que levaria uma nova lista de ministros para a aprovação do monarca. Isso significa que ele não estava proclamando a República", observa Laurentino. O autor acrescenta que consultou aproximadamente 150 livros, e expõe em suas obras todas as versões encontradas, para que o leitor conheça todas elas e tire as suas conclusões.

  Ainda sobre o tema central de ‘1889’, a República, o jornalista aponta que a propaganda dos republicanos era “ampliar a participação e a cidadania, instituir o voto popular, educar as pessoas e incorporar os excluídos. Ela falhou nesse aspecto, pois logo em seguida se converteu em uma ditadura, com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto". Laurentino acrescenta que a situação não se alterou quando o poder passou para as mãos dos civis: "a equação de poder continuou a mesma do Império".

  '1889, no entanto, termina com um viés mais otimista: "Falo sobre a campanha das Diretas, onde temos pela primeira vez na História o povo nas ruas pedindo eleições. A República foi proclamada de fato no Brasil apenas em 1984", salienta. 

  Vencedor do Prêmio Jabuti por quatro vezes, Laurentino Gomes tem realizado viagens pelo país para divulgar o lançamento de '1889'. No final de outubro, o autor esteve na livraria Nobel do Polo Shopping, em Indaiatuba, para tarde de autógrafos e bate-papo. Ao ser questionado sobre projetos futuros, o jornalista foi reticente: "Pretendo continuar escrevendo sobre História do Brasil, em linguagem jornalística, acessível ao leitor".
Crédito foto: Adri Brumer Lourencini

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