domingo, 6 de setembro de 2015

Passos de um gigante



O romance mediúnico que aborda caridade, preconceitos e como religião e política podem interferir no contexto de vida de cada um

A obra mediúnica conta a trajetória de Vicente, em uma de suas encarnações. Neto de imigrantes judeus poloneses (por parte de pai), nasceu no Brasil, no Estado do Paraná, em dezembro de 1899. Devido a uma doença rara, que fazia com que seus ossos crescessem acima do normal, ganhando densidade, Vicente sofria a angústia de possuir um corpo físico sem atrativos e até desengonçado, já que sempre teve estatura bem maior do que a média das pessoas. Entretanto, possuía uma inteligência sagaz e refinada, que lhe permitia formar um senso crítico do mundo à sua volta.

Nascido e criado em uma família de origem e tradição judaicas, porém, de mente aberta, uma raridade até nos dias de hoje, Vicente teve a felicidade de conviver com o avô paterno, Henrique (o seu Henri), já que o pai, Alfredo, estava sempre ausente por conta do trabalho.

Completamente descrente de Deus, a despeito da religiosidade de sua família, Vicente acreditava que nós viemos do pó e ao pó retornaremos. Apesar de se declarar ateu convicto, o personagem central possuía, em paralelo, uma noção bem embasada da caridade e do amor ao próximo – ideia transmitida pelo avô, que sempre o chamou de ‘Vincent’.

Por causa da enfermidade, Vicente desencarnou ainda jovem, aos 29 anos. No momento da morte, ele consegue visualizar o pai, Alfredo, já desencarnado, que lhe diz: “(...) Anda, venha! Seu coração até que resistiu bem! Não se lamente! Enquanto vivo, teve de tudo: amor de mãe, pai, avô. Casou-se com a mulher mais bela que já vi, e ela lhe amou sem se importar com riqueza ou pobreza. Foi maior e mais forte que todos os seus colegas. Possuiu uma inteligência acima da média, tão acima da média que o fez questionar Deus. Nunca passou fome e mesmo as suas dores foram minoradas. Ainda assim a sua vaidade persistiu”.

Em um enredo atraente e de linguagem simples, a obra nos traz temas atemporais, como preconceitos, maledicência, bullying, inveja, entre outros. Alguns trechos são narrados pelo mentor Ariel; ao final, ele também colabora com suas considerações sobre a situação do Espírito Vicente, que, após o desencarne, passou muitos anos no umbral, voluntariamente, por seu extremo ceticismo.

Depois de duas décadas nas sombras, Vicente é resgatado e reúne-se com um grupo de amigos espirituais que o ajudam a compartilhar sua história.
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Ficha técnica:
Passos de um gigante
Mônica A. Cortat
Número de páginas: 412

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