quarta-feira, 9 de julho de 2014

Armadilhas da mente


Os psicoterapeutas representam garimpeiros em busca do tesouro enterrado sob os escombros da mente

“Quem sou eu? Quem sou eu? É insuportável! Quem sou eu?” – a pergunta foi repetida várias vezes, logo na primeira página, por Camille, protagonista do livro de Augusto Cury. A personagem central de “Armadilhas da mente” nasceu da composição de vários pacientes tratados pelo autor e psiquiatra, e representa milhares de indivíduos que, a despeito de uma mente excepcional, trazem ocultos em si mesmos diversos conflitos e traumas não resolvidos.

Camille é uma mulher rica, culta e de inteligência incomum. Ela era capaz de enfrentar embates incríveis, encarar o mundo sem medo, porém, não conseguia olhar para seu universo interior. Para ela, as ideias eram mais valiosas do que as imagens. Em um de seus romances, ela definiu sua própria trajetória na frase: “(...) A dor que eu vejo está na periferia do espaço, a dor que eu sinto está no centro do Universo. É maior do que você entende e muito maior do que eu explico”.

Após várias tentativas frustradas de tratamento, nas quais Camille rechaçou todos os psiquiatras, eis que entra em cena o doutor Marco Polo, que faz com que ela busque alguém muito importante esquecido no caminho: ela mesma.  

Segundo o autor, nossa sociedade é extremamente estressante, e isso acaba favorecendo o surgimento de um cenário sombrio, onde a ansiedade e a intolerância reinam absolutas, e a serenidade passa a ser característica de malucos! Augusto Cury sugere que os psicoterapeutas têm pela frente uma tarefa mais complexa do que simplesmente tratar as doenças mentais e emocionais de seus pacientes: esses profissionais se tornaram ‘garimpeiros’ que buscam o tesouro escondido nos labirintos da psique humana.

“Armadilhas da mente” faz com que haja uma identificação do leitor com Camille, pelo menos em algumas passagens. As descobertas da personagem em relação aos seus traumas e fobias, assim como a análise de seus sentimentos em determinadas situações leva a reflexões sobre a autonomia que temos sobre nossa vida. É um livro para ser lido com lápis ou caneta marca-texto nas mãos!  

Augusto Cury desenvolveu a Teoria da Inteligência Multifocal, que analisa a construção dos pensamentos e os diversos papeis do nosso ‘Eu’ como autor de nossa história. Sua obra ensina, antes de tudo, que nossa mente é como um cofre – e que jamais alguém deve tentar ‘arrombar’ esse cofre, mas sim, abri-lo com a chave correta.
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Ficha técnica:
Armadilhas da mente
Arqueiro, 2013
Número de páginas: 253
Preço médio: R$ 25,00

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