Os psicoterapeutas representam garimpeiros em busca do tesouro enterrado sob os escombros da mente
“Quem sou eu? Quem sou eu? É
insuportável! Quem sou eu?” – a pergunta foi repetida várias vezes, logo na
primeira página, por Camille, protagonista do livro de Augusto Cury. A
personagem central de “Armadilhas da
mente” nasceu da composição de vários pacientes tratados pelo autor e
psiquiatra, e representa milhares de indivíduos que, a despeito de uma mente
excepcional, trazem ocultos em si mesmos diversos conflitos e traumas não
resolvidos.
Camille é uma mulher rica, culta e de
inteligência incomum. Ela era capaz
de enfrentar embates incríveis, encarar o mundo sem medo, porém, não conseguia
olhar para seu universo interior. Para ela, as ideias eram mais valiosas do que
as imagens. Em um de seus romances, ela definiu sua própria trajetória na frase:
“(...) A dor que eu vejo está na
periferia do espaço, a dor que eu sinto está no centro do Universo. É maior do
que você entende e muito maior do que eu explico”.
Após várias tentativas frustradas de
tratamento, nas quais Camille rechaçou todos os psiquiatras, eis que entra em
cena o doutor Marco Polo, que faz com que ela busque alguém muito importante
esquecido no caminho: ela mesma.
Segundo o autor, nossa sociedade é
extremamente estressante, e isso acaba favorecendo o surgimento de um cenário
sombrio, onde a ansiedade e a intolerância reinam absolutas, e a serenidade
passa a ser característica de malucos! Augusto Cury sugere que os
psicoterapeutas têm pela frente uma tarefa mais complexa do que simplesmente
tratar as doenças mentais e emocionais de seus pacientes: esses
profissionais se tornaram ‘garimpeiros’ que buscam o tesouro escondido nos labirintos
da psique humana.
“Armadilhas da mente” faz com que
haja uma identificação do leitor com Camille, pelo menos em algumas passagens. As
descobertas da personagem em relação aos seus traumas e fobias, assim como a
análise de seus sentimentos em determinadas situações leva a reflexões sobre a
autonomia que temos sobre nossa vida. É um livro para ser lido com lápis ou
caneta marca-texto nas mãos!
Augusto Cury desenvolveu a Teoria da Inteligência Multifocal, que
analisa a construção dos pensamentos e
os diversos papeis do nosso ‘Eu’ como autor de nossa história. Sua obra ensina,
antes de tudo, que nossa mente é
como um cofre – e que jamais alguém deve tentar ‘arrombar’ esse cofre, mas sim,
abri-lo com a chave correta.
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Ficha técnica:
Armadilhas da mente
Arqueiro, 2013
Número de páginas: 253
Preço médio: R$ 25,00
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