Em O espião, o leitor acompanha um dos seis livros sobre as aventuras do detetive Isaac Bell
O ano é 1908, e tensões internacionais vão se acumulando nos anos que antecedem a Primeira Guerra Mundial. O artilheiro Arthur Langner, talentoso projetista de canhões de encouraçados e responsável pelo aperfeiçoamento de um projeto secreto que visa desenvolver navios de guerra mais resistentes para a frota norte-americana, tem morte misteriosa, a qual é tomada por suicídio pela autoridade naval.
Inconformada, a filha de Langner decide procurar a agência de detetives Van Dorn, e contrata Isaac Bell para investigar o caso. Logo, o detetive se vê às voltas com um esquema de espionagem industrial, que pode colocar sua vida em jogo.
A narrativa inclui tentativa de sabotagem na criação dos Dreadnoughts da Marinha, que contava com uma frota de navios de guerra tecnologicamente ultrapassados. Com texto linear, a trama revela membros de gangsters de Nova Iorque, sabotadores alemães, japoneses, chineses, além de uma gama de aspirantes ao espião do título do livro.
O vilão, por sua vez, é responsável ainda por uma sucessão de assassinatos, cometidos por métodos estranhos e ao mesmo tempo perspicazes, que colocam à prova as habilidades detetivescas de Isaac Bell. A essa altura, obviamente o detetive já se dá conta de que a morte do artilheiro não foi suicídio.
As sequências de ação prendem a atenção do leitor, e em uma delas, Bell está em um trem perseguindo o vilão em uma pista que leva à Chicago. O detetive sabe que o espião está no vagão e, por isso interage com prováveis suspeitos na busca de sinais que possam denuncia-lo.
A escrita também parece querer confundir o leitor, especialmente nos trechos que expõem os pensamentos do espião, que indicam o momento em que ele consegue despistar Bell. Com isso, passamos a vivenciar as mesmas dúvidas do detetive, compactuando com seu ponto de vista.
416 páginas
Preço médio: R$ 40
Os autores
As aventuras do detetive Isaac Bell estão em seis publicações no exterior, sendo a última de 2013. Porém, duas delas: A caçada e O espião foram publicadas no país, pela Editora Novo Conceito.
Um dos autores, Clive Cussler, tem no currículo mais de 50 livros; além de ser explorador submarino e caçador de embarcações históricas naufragadas. Ele, inclusive, escreveu duas obras sobre essas pesquisas: The sea hunters: true adventures with famous shipwrecks (1996) e Sea hunters 2: diving the world's seas of famous shipwrecks (2002). Nenhum deles foi publicado no Brasil.
Justin Scott, por sua vez, é autor de 24 romances, e criou ainda um detetive de nome Ben Abbot. Em algumas obras, ele assina com o pseudônimo de Paul Garrison.
Confira abaixo o primeiro capítulo:
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