terça-feira, 24 de outubro de 2017

Faca na caveira: o justiceiro implacável

Fotos: Divulgação
 Livro traz autobiografia de Reginaldo Carlota, 
vereador mais votado no município de Itu

“Eu não espanquei ninguém, o cara provavelmente escorregou numa casca de banana e caiu”, relata o escritor, jornalista e atualmente vereador pela cidade de Itu, Reginaldo Carlota, de 42 anos,  em um trecho do livro autobiográfico Faca na Caveira.
A conversa em questão, é referente ao caso de um estuprador e assassino, capturado com a ajuda do vereador, que nos últimos 7 anos, se envolveu pessoalmente  em diversas caçadas a maníacos sexuais na cidade paulista de Itu. Em outro trecho, ele revela em detalhes como foi acusado de ter espancado um estuprador até quase a morte e depois jogado o criminoso (ainda vivo) no Rio Tietê. E continua, contando que o maníaco em questão sobreviveu, mas acabou sendo assassinado em outra cidade, pouco tempo depois, por um outro crime. 

“Eu realmente já sentei porrada em muito estuprador vagabundo, mas no caso desse tarado que espancaram e jogaram no Tietê, foi coincidência, a pessoa que espancou o infeliz devia se parecer comigo, daí a confusão”, declara Reginaldo.
Extremamente polêmico e briguento, o vereador atuou ainda como repórter policial por 10 anos, e confessa que em nome da justiça, chegou sim a cometer “alguns excessos”, como estourar portões de casas, no pé,  para resgatar cães que estavam presos, e até mesmo “sentar porrada em estuprador”.


O começo
Entre 1999 e 2000, viveu como um andarilho, pegando carona em rodovias e dormindo em albergues noturnos do interior de São Paulo, enquanto seguia a trilha de um assassino serial, que em 1984, estuprou e matou duas meninas em Itu.  “Este assassino perambulava sem rumo por aí, e para identificá-lo, eu tive que viver exatamente como ele vivia; foi assim que entrei na mente dele”, revela em detalhes no livro.
A busca pelo assassino, mais tarde identificado como o serial killer Laerte Patrocínio Orpinelli, vulgo Monstro de Rio Claro,  resultou no livro-reportagem O Matador de Crianças, escrito por Reginaldo em 2010.  
A obra, publicada pelo próprio autor, sem ajuda de nenhuma editora, vendeu mais de 10 mil exemplares e fez com que ele  fosse convidado para participar dos programas policiais  Instinto Assassino, do Discovery Channel, e Investigação Criminal, do AXN.

Mais votado
Em 2016, ele decidiu concorrer pela primeira vez em uma eleição política no município ituano, e sem gastar praticamente nada. Ganhou estourado, sendo o mais votado na cidade, com 3168 votos. Ele disputou com mais de 300 candidatos, muitos deles veteranos, com uma campanha que custou R$ 5 mil.  

Ele conta que não adesivou um único carro, não fez reuniões, nem espalhou placas ou faixas pela cidade. Apenas contratou um grupo de meninas, às quais uniformizou com shorts e blusinhas pretas, com uma caveira branca no peito (símbolo do implacável vigilante justiceiro da Marvel), para que o ajudassem a distribuir um jornal de campanha, e seu santinho, nas ruas da cidade, nas manhãs de sábado.  Foi o bastante para que conquistasse uma cadeira na Câmara. 
O livro Faca na Caveira (o título, inspirado no filme Tropa de Elite, foi seu slogan de campanha e tornou-se uma espécie de marca registrada), é repleto de revelações surpreendentes. 
Reginaldo perdeu a mãe aos 5 anos de idade, e na infância, chegou a passar fome. Aos 10 anos começou a trabalhar como engraxate e vendedor de sorvetes, enquanto seus amigos se deslumbravam com a famosa cola de sapateiro, que era a droga em voga no início dos anos 1980. À época, ele também consumia centenas de livros, que emprestava da biblioteca da escola.

Onde encontrar
Lançado pelo selo editorial independente Serial Books, do próprio autor, Faca na Caveira tem 112 páginas e sai por R$ 49,90. O livro pode ser adquirido diretamente com Reginaldo Carlota, por meio do WhatsApp (11) 97265-6655 ou e-mail: serialbooks@gmail.com

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